Na quarta-feira(08), mantendo a tradição, os tambores irão rufar. O vereador Astro de Ogum e a Fucabma estarão à frente do evento que integra a programação oficial da Prefeitura de São Luís
A Procissão dos Orixás tem sido vista nos últimos anos como uma ferramenta de identificação dos descendentes dos povos negros que ajudaram a construir o Brasil e a cidade de São Luís que ao longos de seus mais de quatro séculos tem se tornado referência ao culto afro no Brasil.
O encontro dos adeptos da religião de matriz africana acontece há mais de meio século e é vivenciado também por turistas, professores, pesquisadores e estudantes. A cerimônia finaliza com uma salva de tambor na porta da igreja demonstrando o avanço sincrético entre as religiões.
Incorporada ao calendário das festividades que celebram o aniversário da cidade, em 2000, desde que assumiu uma das cadeiras no parlamento ludovicense, a realização da procissão pela Fucubma vem acontecendo com a ajuda do edil, que é patrono de honra da entidade, que em outrora foi presidida por ele. Este ano o projeto para liberação da emenda parlamentar foi apresentado, mas em razão dos tramites administrativos, o pagamento para execução não foi feito em tempo hábil, devendo ocorrer posteriormente
“Corremos contra o tempo, mas mesmo assim agradeço o empenho dos técnicos e do próprio prefeito Eduardo Braide em liberar a minha emenda parlamentar, contudo a importância da data para nossa religião nos impõe manter o evento, que já não foi feito no ano passado por conta da pandemia. Com a graça de Deus e dos guias de luz temos credibilidade suficiente junto aos fornecedores e todos os organizadores. A tradição precisa ser mantida”, disse Astro.
Para quem não sabe ou não entende muito “encantaria”, é uma forma de manifestação espiritual e religiosa afro-ameríndia praticada sobretudo no Piauí, Bahia, Maranhão e Pará. Pode estar associada a diversas religiões presentes nesses estados, como a Pajelança ou Cura, o Terecô (Mata ou Encantaria de Maria Bárbara Soeira), o Babaçuê e o Tambor de Mina.
Diferente da Umbanda, na qual as entidades são espíritos de índios, escravos, etc, que desencarnaram e hoje trabalham individualmente (geralmente usando nomes fictícios), na Encantaria, os encantados não são necessariamente de origem afro-brasileira e não morreram, e sim, se “encantaram”, ou seja, desapareceram misteriosamente, tornaram-se invisíveis ou se transformaram em um animal, planta, pedra, ou até mesmo em seres mitológicos e do folclore brasileiro como sereias, botos e curupiras.
Na Encantaria, as entidades estão agrupados em famílias e possuem nome, sobrenome e geralmente sabem contar a sua história de quando viveram na terra antes de se encantarem. Encantaria também pode se referir aos lugares onde tais entidades vivem.
Fonte: Blog Ilha Rebelde
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