28 outubro 2025

Documento oficial desmente versão: Felipe Camarão assumiu o Procon em 2005 já após o rompimento de José Reinaldo com o grupo Sarney

Um registro do Diário Oficial do Estado do Maranhão, datado de 30 de maio de 2005, comprova que Felipe Costa Camarão foi nomeado Superintendente de Defesa do Consumidor do Maranhão, o Procon-MA, em 20 de maio daquele ano. O ato, assinado pelo então governador José Reinaldo Carneiro Tavares e pelo chefe da Casa Civil, Pedro Ronald Maranhão Braga Borges, também registra a exoneração de Camarão de função anterior para assumir a nova atribuição no órgão de defesa do consumidor.

A peça oficial, que circulou nesta segunda-feira em redes sociais, contraria a tese difundida em publicação recente de blog político que atribui a entrada de Camarão na vida pública a uma suposta indicação do grupo Sarney e afirma que, em 2005, o governo ainda seria aliado da família. O contexto histórico indica o contrário: o rompimento político de José Reinaldo com o grupo Sarney ocorreu em 2004, com desdobramentos que marcaram toda a sua gestão e o alinhamento posterior às forças de oposição no pleito de 2006.

O Diário Oficial registra a exoneração de Felipe Costa Camarão de cargo de assessor especial e, na sequência, a nomeação para o cargo em comissão de Superintendente de Defesa do Consumidor do PROCON-MA, com efeitos a partir de 20 de maio de 2005.

Os atos são firmados por José Reinaldo Carneiro Tavares e pelo então chefe da Casa Civil, Pedro Ronald Maranhão Braga Borges.

A publicação oficializa que a movimentação funcional ocorreu durante o governo já desvinculado do grupo Sarney.

Linha do tempo essencial

2004: José Reinaldo rompe politicamente com o grupo Sarney, fato amplamente reconhecido no cenário local e que reorienta alianças no Estado.

Maio de 2005: Felipe Camarão é nomeado Superintendente do Procon-MA, conforme Diário Oficial. À época, a área de Justiça e Cidadania no governo tinha entre seus expoentes Sálvio Dino.

2011: Já como procurador federal de carreira, Felipe Camarão retorna ao Procon-MA em nova passagem. A indicação é associada ao então presidente da OAB-MA, Mário Macieira, que inclusive integrou a banca de monografia de Camarão.

A controvérsia surgiu após vídeo em que adversários afirmam que Felipe Camarão teria “omitido” a origem de sua trajetória no serviço público. O documento oficial e a cronologia política local sustentam que a primeira nomeação para o Procon-MA ocorreu após o rompimento do Palácio dos Leões com o grupo Sarney, o que invalida a narrativa de que sua entrada no órgão, em 2005, teria sido patrocinada por essa corrente.

O debate sobre a origem das nomeações públicas costuma ser instrumentalizado em períodos pré-eleitorais para construir ou desconstruir identidades políticas. No caso em pauta, o Diário Oficial e a sequência de fatos políticos são elementos objetivos que ajudam a separar crítica legítima de imputação imprecisa. A verificação documental indica que, em 2005, a nomeação de Felipe Camarão para o Procon-MA não se deu sob influência do grupo Sarney, uma vez que o governo já atuava em campo oposto.

A evidência oficial publicada em 30 de maio de 2005 confirma que Felipe Camarão assumiu o Procon-MA em um contexto de governo já rompido com a família Sarney. A reaparição do tema neste momento revela um uso político da memória recente, que pode ser esclarecida por registros públicos e por uma leitura acurada da cronologia.

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