04 outubro 2025

O fim do "Reino" no CEAD/UFPI: entenda o que está por trás do discurso de perseguição

A poeira das eleições de 2024 para escolha da reitora da Universidade Federal do Piauí (UFPI) pode ter baixado nas urnas, mas os ecos das disputas ainda reverberam intensamente nos corredores da instituição, especialmente entre o grupo ligado à candidata derrotada, a agora ex-diretora do Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD). Os primeiros meses de 2025 marcaram o início de uma série de mudanças profundas promovidas pela atual reitora, desmantelando o que muitos consideravam um verdadeiro "reino à parte" dentro da UFPI.

As mudanças que mexeram no vespeiro

As alterações mais significativas ocorreram na coordenação de dois programas importantes: a Universidade Aberta do Brasil (UAB) e o Programa Institucional de Fomento e Indução da Inovação da Formação Inicial e Continuada de Professores e Diretores Escolares (PRILEI). Ambos eram anteriormente coordenados pela ex-diretora do CEAD. Bastou a substituição nessas coordenações para que a indignação tomasse conta das redes sociais do grupo ligado à ex-gestora. O motivo? O corte de bolsas de figuras que foram e ainda são estratégicas para as ambições da ex-diretora.

Era desses programas, afirmam fontes, que saía o pagamento de bolsas que nutriam a motivação e o apoio de muitos docentes à então candidata à reitoria em 2024. Não é segredo que, durante o processo eleitoral, fenômenos curiosos chamaram a atenção, como a majoração de bolsas que passaram de um valor de R$ 3000,00 para R$ 6000,00. Essas bolsas tinham como titulares lideranças influentes ligadas à candidata derrotada. Convenhamos, R$ 6000,00 fazem uma diferença enorme no orçamento mensal de qualquer pessoa. São R$ 72000,00 a menos na conta ao final de um ano.

Onda de ataques e o discurso da perseguição

Essas mudanças financeiras foram o estopim para uma onda de ataques à atual administração da universidade. Curiosamente, esses ataques foram publicizados tanto por meio de perfis anônimos em redes sociais quanto nas contas pessoais dos próprios bolsistas.

É fundamental esclarecer que os dois programas que tiveram suas coordenações substituídas são programas institucionais. Isso significa que a nomeação dos titulares é de livre escolha da reitoria. A atual reitora, portanto, não precisa de permissão de A, B ou C para designar coordenadores, bastando que a pessoa possua competência e goze da confiança da administração superior.

Vale lembrar que a ex-diretora do CEAD gozou de todos os privilégios ao longo de sua gestão. Afinal, o reitor da época era seu padrinho político, e o pró-reitor de planejamento e orçamento, ninguém menos que seu marido. Estava assim formado um ciclo de poder onde diversos atos administrativos envolvendo recursos foram aprovados a toque de caixa, muitas vezes sem a devida transparência ou questionamento.

Oposição legítima vs. discurso de ódio

A oposição a qualquer grupo político é legítima, desde que seja qualificada e não se esconda atrás de perfis anônimos para propagar o discurso de ódio e a falácia de uma suposta perseguição por parte da administração superior. No fundo, o que se observa é a desconstrução e o desmantelamento de uma estrutura que se configurava como uma "universidade paralela" dentro da UFPI.

Esta "universidade à parte" contava com sua própria infraestrutura de comunicação, tecnologia da informação, ensino de graduação, ensino de pós-graduação e um complexo esquema administrativo-financeiro, onde, pagamentos de bolsas pertencentes a um programa eram feitos com recursos de outro. A prova dessa estrutura paralela é a emissão de inúmeros atos administrativos e portarias pela ex-diretora sem que houvesse a devida competência para tal.

A perda de palanques e o peso no bolso

Somado a tudo isso, a ex-diretora e ex-candidata à reitoria perdeu seu último "palanque". Ela não é mais a diretora do CEAD, eleição na qual, mesmo tentando, não obteve autorização para concorrer sequer como vice-diretora. Consequentemente, perdeu também seu assento no Conselho Universitário.

Mesmo assim, seus "cães de briga" continuam ativos, latindo fortemente e propagando o discurso de ódio e desinformação. Por trás da narrativa de perseguição, há um componente principal extremamente importante que tem pesado no bolso dos apoiadores da candidata: o aspecto financeiro. Bolsas sem critérios claros de escolha eram pagas a centenas de beneficiários, muitos dos quais já contavam com essa bolsa como parte integrante de seus salários. Agora, diante da fonte secando, o desespero se instala.

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