11 outubro 2024

Candidaturas do PL em São Luís custam caro e têm baixo retorno nas urnas

Após o encerramento das eleições para vereadores em São Luís, os holofotes se voltam para a prestação de contas dos candidatos, especialmente as do Partido Liberal (PL). Um levantamento feito pelo Marrapá revelou que o partido investiu até R$ 110 mil em candidaturas que, ao final, registraram menos de 200 votos, levantando questionamentos sobre a efetividade do uso do fundo partidário.

Um dos casos que chamam atenção é o de Karol Sampaio, influenciadora digital estreante na política. Com 105 mil seguidores no Instagram, Karol recebeu R$ 100 mil do fundo partidário, mas conquistou apenas 139 votos, resultando em um custo de R$ 719,42 por voto. Apesar de sua forte presença online, a candidata não conseguiu transformar seguidores em eleitores nas urnas.

Outro exemplo é o de Lurdinha Cunha, que recebeu R$ 60 mil da legenda e obteve apenas 59 votos, o que gera uma média de R$ 1.116,94 por eleitor. A prestação de contas de sua campanha não inclui gastos comuns em campanhas políticas, como materiais impressos, atividades de rua ou despesas com pessoal. Até agora, os únicos beneficiários declarados foram Francisco de Sousa Plácido Neto e Lívio Estrela Soares, que receberam R$ 3 mil cada um por serviços contábeis e advocatícios.

Na mesma linha, a candidata Biah, do Coletivo Nova Juventude, recebeu um aporte de R$ 110 mil do fundo partidário e terminou a corrida eleitoral com 189 votos, resultando em um custo de R$ 604,39 por voto. A candidatura coletiva, que tem ganhado força em algumas cidades brasileiras, também não teve um retorno proporcional ao investimento.

Esses casos levantam debates sobre a estratégia do PL em destinar altas quantias a candidatos que tiveram pouco impacto eleitoral. Além disso, a ausência de gastos tradicionais de campanha, como material gráfico e eventos, também desperta curiosidade sobre como os recursos foram utilizados. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) deve analisar a prestação de contas de todos os candidatos para garantir a transparência no uso do fundo partidário.

A situação coloca em evidência a importância de uma gestão mais criteriosa dos recursos públicos destinados às campanhas eleitorais. As cifras envolvidas e os resultados das urnas acendem um alerta sobre a eficácia dessas candidaturas, e os próximos passos na análise das contas poderão esclarecer o uso do dinheiro público em uma eleição marcada pela baixa performance de alguns candidatos.

Fonte: Marrapá

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