31 julho 2020

Saúde negocia parceria com a Opas para suprir falta de medicamentos de intubação

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O ministro da Saúde interino, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira (30) que o governo federal prepara um acordo com a Organização Panamericana de Saúde (Opas) para a aquisição de medicamentos no mercado global. 

Em especial, o acordo envolve a compra de insumos necessários para atender pacientes que precisam ficar intubados. Os medicamentos precisam ser utilizados em conjunto com o uso de respiradores nesses quadros clínicos, que são as versões mais graves da Covid-19.

Segundo Pazuello, o acordo com a Opas deve ser sacramentado até sexta-feira (31), com os medicamentos chegando ao país em um prazo de duas a três semanas. O ministro interino fez a fala durante reunião com membros da organização e do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass).

Medicamentos para a intubação também estiveram em um acordo fechado mais cedo neste mês, com o Uruguai. De acordo com o Ministério da Saúde, esses insumos foram destinados aos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. A compra também incluiu doses de hidroxicloroquina e tamiflu.

No início da semana, o Ministério Público Federal (MPF) enviou ofícios ao governo federal afirmando ter recebido informações de hospitais públicos e privados que atendem ao SUS da carência desses insumos no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Sergipe.

Questionado sobre o ofício do MPF, o Ministério da Saúde respondeu à CNN na segunda-feira que "auxilia estados e munícipios a realizarem suas compras de relaxantes musculares e sedativos para pacientes internados com Covid-19".

"Sobre qualquer questionamento do Ministério Público ou outros órgãos de controle, a pasta entende que faz parte da administração e da transparência de gestão. Trata-se de uma ação extremamente salutar. A resposta será dada dentro do prazo estipulado", completa a pasta.

Testes

Durante o evento desta quinta-feira, os técnicos da Saúde não citaram, no entanto, a compra de insumos para poder aplicar um estoque de 9,8 milhões de testes do tipo RT-PCR, o "exame do cotonete", que é considerado o principal para a detecção de infecções ativas pelo coronavírus.

O número é quase o dobro dos cerca de 5 milhões de unidades entregues até agora pelo governo federal aos estados e municípios. 

O principal motivo para os testes ficarem parados nas prateleiras do ministério é a falta de insumos usados em laboratório para processar amostras de pacientes. Isso porque, segundo informam secretários de saúde, não adianta só enviar o exame, também é preciso distribuir reagentes específicos.

A informação foi questionada pelo Ministério da Saúde em nota divulgada na tarde desta quinta-feira, em que a pasta afirmou que "distribui os testes conforme a capacidade de armazenamento dos estados".

"Ressaltamos que os kits de extração são distribuídos de acordo com as demandas estaduais e o Ministério também disponibiliza centrais de testagem, que podem ser utilizadas pelos gestores locais quando a capacidade de produção dos laboratórios estaduais chega ao seu limite”, prossegue o ministério.


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