A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) voltou a ser o centro de controvérsia nesta semana após a artista performática e historiadora Tertuliana Lustosa, conhecida por suas manifestações provocativas, divulgar nas redes sociais mais uma declaração que gerou ampla repercussão pública e interna na instituição.
Em vídeo publicado recentemente, Lustosa comentou de forma irônica sobre a polêmica anterior — quando, durante uma performance dentro da UFMA, subiu em uma mesa, expôs a roupa íntima e declarou que “educaria com o cu”. Agora, em novo registro, afirmou:
“Ai, vocês gostam de uma polêmica, né? Eu pretendo educar… não, eu vou educando com o cu.
Não, gente, não pretendo mais educar com o cu. Isso está completamente, digamos, superado, né?
Agora eu vou educar com a bubu.”
A fala, segundo a própria artista, faz referência à cirurgia de redesignação sexual pela qual passou recentemente. O conteúdo provocou reações imediatas dentro e fora da universidade, reacendendo debates sobre os limites da liberdade de expressão em ambientes acadêmicos.
Reações divididas
Enquanto alguns defendem a manifestação como legítima expressão artística e pessoal, outros acusam a performer de vulgarizar o espaço universitário e comprometer a imagem da instituição pública. Professores, alunos e membros da sociedade civil se manifestaram, principalmente nas redes sociais, questionando se declarações como essas contribuem de fato para o debate acadêmico e social.
“Não se trata de identidade de gênero, mas do uso do espaço universitário para atos performáticos que beiram o desrespeito”, afirmou um docente da UFMA, que preferiu não se identificar.
Liberdade artística ou falta de limites?
A nova manifestação de Lustosa reacende uma discussão recorrente no meio acadêmico: até onde vai a liberdade de expressão, especialmente quando promovida em nome da arte? E qual o papel das instituições públicas na mediação desses conflitos entre expressão individual e responsabilidade institucional?
Especialistas em educação e sociologia apontam que universidades devem ser espaços de diversidade e pluralismo, mas ressaltam que isso exige também responsabilidade e ética por parte de seus membros. “O debate sobre limites não pode ser confundido com censura, mas é necessário para preservar a credibilidade de instituições públicas”, afirmou a pesquisadora em políticas educacionais Joana Teixeira.
Comunidade LGBT cobra respeito
Entre representantes do movimento LGBT, a repercussão também foi ambivalente. Parte da militância considera que o episódio acaba reforçando estereótipos e desviando o foco das pautas centrais da luta por direitos e igualdade.
“O risco é transformar questões identitárias em caricaturas. Quando se banaliza o discurso em nome de visibilidade, muitas vezes se perde o apoio e o respeito que tanto lutamos para conquistar”, comentou Rafael Campos, ativista e pesquisador em diversidade de gênero.
Posição da UFMA
Até o momento, a Universidade Federal do Maranhão não emitiu nota oficial sobre o caso. O silêncio institucional vem sendo criticado por parte da comunidade acadêmica, que cobra da reitoria um posicionamento claro sobre os limites do uso dos espaços universitários para performances que envolvam conteúdos considerados inadequados ou ofensivos.
A expectativa é que o Conselho Universitário debata o assunto nos próximos dias, diante da repercussão crescente do episódio.
Em tempos: Fernando Carvalho, considerado por muitos como o pior gestor da história da UFMA, enfrenta uma sequência de denúncias e crises. Sem respaldo na classe política — ora alinhado ao bolsonarismo, ora ao lulismo — sua gestão é marcada por episódios polêmicos. A universidade tem sofrido um visível processo de deterioração, agravado por situações inusitadas: explosões, casos de atentado ao pudor, suspeitas de falsidade ideológica em conselhos universitários, falsificação de documentos para favorecer aliados estudantis, práticas autoritárias, distribuição de bolsas como forma de cooptação política, demissões em massa para beneficiar apadrinhados, e até denúncias de alimentos contaminados com baratas, ratos e outros insetos.
Em tempos 2: Agora, uma pergunta: vocês já ouviram falar da PROEC? Nesta semana, faremos um tour por essa pró-reitoria milionária, quase invisível à comunidade acadêmica e à sociedade maranhense. Apesar de pouco conhecida, abriga um número expressivo de pessoas. Mas isso… é assunto para a próxima história!
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