02 dezembro 2025

Prefeitura de São Luís desembolsa quase R$ 9 milhões em transporte por aplicativo durante greve de motoristas

A paralisação de motoristas de duas empresas do transporte coletivo em São Luís gerou um gasto expressivo aos cofres municipais. Em apenas 10 dias, a Prefeitura desembolsou R$ 8.743.636,35 para custear corridas por aplicativo destinadas aos usuários afetados pelo movimento grevista. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (2).

De acordo com as informações, o valor total envolve R$ 5.524.060,31 já pagos à 99 Tecnologia e outros R$ 3,2 milhões empenhados, conforme a Nota de Empenho nº 260/2025.

A medida foi adotada após o prefeito Eduardo Braide (PSD) decidir não repassar cerca de R$ 400 mil em subsídios solicitados pelas empresas de ônibus para manter a operação durante a greve. O montante recusado é quase 20 vezes menor que o valor posteriormente direcionado ao transporte por aplicativo.

Ao anunciar a alternativa emergencial, Braide justificou que não faria repasses porque as empresas estariam operando com apenas 80% da capacidade. No entanto, a Lei Complementar nº 07/2025, que regulamenta o uso de transporte por aplicativo em situações excepcionais, determina que o recurso só deve ser utilizado quando menos de 60% da frota estiver circulando.

A discrepância entre a justificativa e o texto da legislação tem alimentado críticas de especialistas e observadores da gestão municipal, que apontam flexibilização de regras e falta de fiscalização adequada.

O gasto expressivo reacendeu o debate sobre prioridades orçamentárias. Técnicos ouvidos por veículos independentes afirmam que valores semelhantes poderiam financiar reformas de escolas, ampliação de serviços essenciais e melhorias no sistema de saúde municipal.

Além disso, críticos argumentam que a Câmara Municipal tem se mostrado distante das discussões sobre o tema, deixando sem resposta questionamentos acerca de transparência, legalidade e eficiência do gasto emergencial.

O episódio se soma a outros embates públicos entre a Prefeitura e o setor de transporte coletivo. Nos últimos anos, Braide alternou declarações contra as empresas, denúncias de suposta má gestão do sistema e negociações que incluíram aumento de repasse para garantir o fim de greves anteriores.

Enquanto isso, a população segue enfrentando instabilidade no serviço de transporte público, com impactos diretos na mobilidade urbana e no cotidiano de trabalhadores e estudantes.

Com informações Blog Observatório da Blogosfera 

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