09 agosto 2017

E SEGUE O EXEMPLO DESSA JUÍZA EM UM MARANHÃO DE VERGONHA

Por Jacqueline Heluy
Em uma sociedade cada vez mais egoísta e intolerante, atitude de humildade e solidariedade como a da juíza Laysa Mendes, da Comarca de Itapecuru-Mirim, a 117 Km de São Luís (MA), só merece aplausos. Nesta segunda-feira, a magistrada ministrou palestra para alunos de uma escola pública municipal sentada no chão. O motivo: no local do evento não havia cadeiras para os estudantes.

A juíza chegou ontem pela manhã, à Escola Municipal Mariana Luz, para ministrar a primeira de uma série de palestras que serão realizadas, em parceria com a 1ª Promotoria de Justiça de Itapecuru-Mirim, aos alunos da 4ª série ao 9º ano da rede pública de ensino, sobre o tema “Corrupção”.
Na escola não há auditório e no pátio onde aconteceu o evento só havia cadeira disponível para alguns convidados e os palestrantes. As crianças e adolescentes tiveram que se acomodar sentadas no chão.
Ao se deparar com aquela situação humilhante e constrangedora para as crianças, Laysa Mendes não pensou duas vezes. A magistrada se recusou a usar a cadeira destinada a ela e optou por se sentar no chão, de frente para os estudantes.
E foi nesta posição que a juíza proferiu toda a sua palestra, recebendo muitos aplausos dos alunos e professores.
“Fiquei sem graça de ficar olhando aquelas crianças de cima, como se eu fosse superior ou melhor que elas. Na verdade, fiquei envergonhada porque eles não tinham cadeira onde sentar. Fiquei triste e me sentei no chão para que eles percebessem o quanto são importantes”, afirmou a Laysa.
A juíza explicou que as palestras realizadas nas escolas públicas têm por objetivo plantar uma semente de combate à corrupção que, segundo ela, não se limita apenas às esferas de poder ou à política, mas possui reflexos e sinais no cotidiano dos brasileiros.
“Os atos de corrupção, em geral, geram efeitos nocivos, atingindo toda a sociedade em suas necessidades mais básicas, tais como segurança, saúde e educação”, explicou.
Laysa aproveitou para informar aos alunos que melhores condições estruturais nas escolas públicas, a exemplo da Escola Mariana Luz, também passam pela boa administração dos recursos públicos e pela consciência de zelarem pelo que é de todos.

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