20 dezembro 2025

Felipe Camarão recebe apoio do PSOL e da Rede Sustentabilidade para a disputa estadual

Em duas reuniões realizadas na tarde desta sexta-feira (19), o vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão (PT), recebeu dirigentes do PSOL e da Rede Sustentabilidade em encontros que consolidaram o apoio dessas legendas à sua pré-candidatura ao Governo do Estado em 2026 e reforçaram compromissos com pautas nacionais, como a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a defesa da democracia. 

O primeiro encontro envolveu lideranças do PSOL local, que destacaram a importância da unidade das forças progressistas no Maranhão. A conversa, além de tratar da estratégia eleitoral, teve foco na organização de um ato público previsto para 8 de janeiro, cujo lema central será a defesa das instituições democráticas e a reafirmação do posicionamento “Golpe nunca mais”. 

Em declaração durante o evento, o presidente do PSOL em São Luís, Franklin Douglas, afirmou que o partido estará junto com Camarão tanto na mobilização social quanto na disputa eleitoral estadual. “Estaremos juntos no dia 8 de janeiro nas ruas, denunciando o golpe, e Felipe pode contar conosco na trajetória rumo a libertar o Maranhão das antigas oligarquias”, disse o dirigente. 

Na sequência, Camarão recebeu representantes estaduais da Rede Sustentabilidade — Selma, Sidney e Chicão — em um encontro que tratou dos desafios políticos e sociais do estado. A conversa abordou a necessidade de fortalecer uma frente ampla de esquerda que una forças em torno de propostas de justiça social, desenvolvimento sustentável e democracia. 

Segundo os participantes, a construção de alianças mais amplas é vista como fundamental para enfrentar a conjuntura política estadual e apoiar agendas que vão desde a educação e inclusão social até políticas ambientais, em sintonia com debates nacionais. 

O apoio do PSOL e da Rede a Camarão ocorre em um contexto de movimentações políticas mais amplas no país, com discussões sobre federações partidárias e alianças eleitorais rumo a 2026. Internamente, lideranças do PSOL têm demonstrado interesse em fortalecer a parceria com a Rede Sustentabilidade, em vez de se integrar diretamente ao PT, numa tentativa de preservar a autonomia programática da legenda. 

Para Camarão, que já tem atuação consolidada no estado por meio de sua trajetória como vice-governador e gestor na área da educação, o novo apoio reforça seu capital político para enfrentar a disputa estadual e ampliar a presença de uma frente progressista no Maranhão. 

Os próximos meses tendem a ser de intensa articulação política no estado, com eventos públicos e conversas estratégicas entre as principais lideranças da esquerda. O ato de 8 de janeiro surge como primeiro teste de mobilização conjunta após as recentes declarações de apoio, simbolizando a aposta no engajamento popular e defesa das instituições em meio ao calendário eleitoral que se aproxima. 

19 dezembro 2025

Câmara de São Luís deixa servidores sem 13º mesmo após receber R$ 15 milhões

Um clima de indignação tomou conta dos servidores da Câmara Municipal de São Luís nesta sexta-feira (19), data-limite para o pagamento do décimo terceiro salário. Apesar de contar com cerca de R$ 15 milhões em caixa, valor repassado recentemente pelo Executivo municipal, a Casa Legislativa não efetuou o pagamento aos trabalhadores.

De acordo com informações apuradas, parte expressiva dos assessores parlamentares e praticamente todos os profissionais contratados por Serviço Prestado (SP) ficaram sem receber o benefício. Até o fechamento desta matéria, o presidente da Câmara, Paulo Victor, não havia se manifestado oficialmente sobre os motivos da não liberação dos recursos.

A situação chama atenção pelo volume de verbas administradas pelo Legislativo municipal. A Câmara recebe mensalmente, a título de duodécimo, cerca de R$ 14,8 milhões, o que representa aproximadamente R$ 177 milhões por ano. Mesmo com essa disponibilidade orçamentária, o atraso no pagamento de uma obrigação constitucional levanta questionamentos sobre a gestão financeira da Casa.

Especialistas em direito público alertam que o não pagamento do décimo terceiro pode caracterizar ato de improbidade administrativa, além de abrir margem para outras infrações, como crime de responsabilidade ou peculato-desvio, a depender da apuração sobre o destino dos recursos.

Diante do impasse, servidores avaliam recorrer a órgãos de controle. Entre as medidas possíveis estão denúncias ao Ministério Público, que pode ajuizar ação civil pública para garantir o pagamento, além de representações junto ao Tribunal de Contas para fiscalização das contas da Câmara. Também não está descartado o ingresso de ações judiciais individuais ou coletivas para assegurar o recebimento dos valores, com juros e correção.

Enquanto isso, servidores aguardam uma posição oficial da presidência da Casa e cobram transparência sobre a aplicação dos recursos públicos, ressaltando que o atraso no 13º salário representa não apenas um problema administrativo, mas uma violação direta de direitos trabalhistas assegurados pela Constituição.

16 dezembro 2025

Empresa denuncia “armadilhas” em edital de kits escolares de R$ 24 milhões da Prefeitura de São Luís

Uma denúncia protocolada no Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA) levanta suspeitas sobre possíveis irregularidades no edital de licitação para a compra de kits escolares, orçado em aproximadamente R$ 24 milhões, lançado pela Prefeitura de São Luís.

De acordo com a representação apresentada por uma empresa interessada em participar do certame, o edital conteria exigências consideradas restritivas e direcionadas, descritas como verdadeiras “armadilhas” que acabam limitando a concorrência e afastando potenciais fornecedores. A denúncia aponta que determinadas especificações técnicas e critérios administrativos não seriam compatíveis com os princípios da isonomia, competitividade e economicidade que regem as licitações públicas.

Segundo a empresa denunciante, o formato do edital pode favorecer um grupo restrito de participantes, comprometendo a transparência do processo e elevando o risco de prejuízo aos cofres públicos. A representação pede ao TCE-MA a suspensão imediata da licitação, até que o conteúdo seja analisado e eventuais falhas corrigidas.

O argumento central é que, ao reduzir a concorrência, a Prefeitura deixa de garantir melhores preços e condições para a administração pública, o que impacta diretamente o uso de recursos que deveriam beneficiar estudantes da rede municipal de ensino.

Cabe agora ao TCE-MA analisar a denúncia e decidir se concede uma medida cautelar para interromper o processo licitatório. Caso sejam confirmadas irregularidades, o tribunal pode determinar ajustes no edital ou até a anulação do certame.

Até o momento, a Prefeitura de São Luís não se manifestou oficialmente sobre as acusações. O caso aumenta a pressão por maior transparência na gestão dos recursos da educação e reacende o debate sobre licitações de alto valor na capital maranhense.

O blog segue acompanhando o desdobramento do caso e aguarda posicionamento das autoridades municipais.

Com informações Blog do Joerdson Rodrigues

Vereador denuncia suposto esquema na educação de Caxias e alerta para não pagamento do rateio do Fundeb

Uma denúncia considerada grave foi levada à tribuna da Câmara Municipal de Caxias e reacendeu o debate sobre a aplicação dos recursos da educação no município. O vereador Daniel Barros afirmou que os profissionais da rede municipal não irão receber o rateio do FUNDEB, benefício garantido por lei e que tem sido pago em diversos municípios do país como forma de valorização dos educadores.

Segundo o parlamentar, a ausência do rateio estaria relacionada a supostos esquemas dentro da própria estrutura da educação municipal. Um dos exemplos citados por Daniel Barros envolve a chamada “escola comunitária Gentilzinho”, que, de acordo com a denúncia, funciona em um imóvel de aproximadamente 250 metros quadrados alugado pelo valor de R$ 10 mil mensais.

Ainda conforme o vereador, o aluguel do prédio teria como beneficiário o ex-prefeito Fábio Gentil, o que, para ele, levanta questionamentos sobre a real prioridade da gestão dos recursos públicos. “Enquanto valores elevados são pagos em aluguéis, professores, vigias, merendeiras, motoristas e coordenadores ficam sem o rateio e sem o reconhecimento que a lei assegura”, afirmou.

Durante o pronunciamento, Daniel Barros destacou que o Fundeb deve ser utilizado exclusivamente para fortalecer a educação e valorizar os profissionais que atuam diariamente nas escolas. “Dinheiro público não é herança de família. Educação não pode ser negócio de poucos, tem que ser direito de todos”, declarou.

O vereador afirmou ainda que continuará fiscalizando e denunciando possíveis irregularidades, cobrando transparência na aplicação dos recursos e respeito aos trabalhadores da educação. Até o momento, a Prefeitura de Caxias não se manifestou oficialmente sobre as acusações apresentadas na tribuna.

”Lideranças” estão se autodestruindo na política


Por Simplicio Araújo 

Hoje virou comum ver postagens anunciando “adesões” a políticos. Mas, na prática, muitas dessas adesões não são apoio de verdade: são negócios. E, quase sempre, negócios bancados com dinheiro público, direta ou indiretamente.

Essas “adesões” costumam ser celebradas com festa: salão alugado, churrasco, música, restaurante caro. Tudo para comemorar apoio a um candidato que, na maioria das vezes, é desconhecido do povo e não tem compromisso real com aquela “liderança” depois da campanha. Porque ali não é parceria. É serviço pago.

E desse dinheiro, a maior parte não vira melhoria para a comunidade. Vai para o bolso de quem se diz “líder”. Para o eleitor, sobra quase nada: um copo de cerveja, um pedaço de carne, uma selfie, um tapinha nas costas e a promessa de sempre.

A “liderança” ainda usa uma parte do dinheiro para convencer o povo de que o candidato é “bom” e, principalmente, para vender a ideia de que esse apoio vai ajudar o próprio “líder” a se eleger vereador ou prefeito no futuro. Muitas vezes isso é blefe. E é um blefe que acaba destruindo a credibilidade desse tipo de liderança.

Hoje, quem banca esse show é quem tem dinheiro — muito dinheiro. Mas não é só dinheiro: é mentira também. Porque eles sabem que muitas “lideranças” não têm renda, não têm trabalho político de verdade, e acabam vivendo desse comércio de votos: juntam gente, prometem apoio e vendem esse apoio para quem pagar mais.

Isso é ruim para as cidades, porque o voto deixa de ser escolha consciente e vira mercadoria. A comunidade “entrega” seus votos por intermediários e depois descobre que não tem ninguém para defendê-la de verdade, porque o eleito não deve lealdade ao povo: deve lealdade ao acordo.

Mas é ainda pior para as próprias “lideranças”. Elas não percebem, mas estão cavando a própria cova. A cada voto vendido, a política perde valor. A cada acordo feito por dinheiro, nasce menos compromisso. E, quando a política vira balcão de negócios, acontece uma “seleção natural” cruel: quem manda é quem compra — e quem se vende vai ficando menor, mais descartável, mais fraco.

No fim, é um ciclo que devora todo mundo: o comprador compra hoje e abandona amanhã; o vendedor vende hoje e perde respeito depois; e o povo, que deveria ser o dono do jogo, acaba ficando com as sobras.

15 dezembro 2025

UFMA à deriva: gestão Fernando Carvalho afunda a universidade no abandono e na perseguição

A Universidade Federal do Maranhão agoniza diante de nossos olhos. O que antes foi um símbolo de resistência intelectual e compromisso com o Maranhão agora parece caminhar para um colapso anunciado. E não há como suavizar: esse colapso tem nome, tem sobrenome e tem responsabilidade direta. A gestão do reitor Fernando Carvalho transformou a UFMA em um território de abandono, perseguição política e desgaste institucional jamais visto em sua história.

A comunidade universitária já não se pergunta se a situação vai piorar, mas apenas quando o próximo prédio será interditado, quando o próximo equipamento vai quebrar, quando o próximo gestor será silenciosamente punido por não seguir a cartilha do reitor. A UFMA foi entregue às traças, e a administração superior parece se alimentar desse caos.

O caso do diretor do CCH, professor Luciano Façanha, ilustra com crueldade o modelo de administração que se instalou. Desde que concorreu contra Fernando Carvalho na eleição, o Centro de Ciências Humanas foi jogado num limbo. Manutenções básicas deixaram de existir, aparelhos de ar condicionado quebrados se acumulam, bebedouros inutilizados se tornaram decoração involuntária e corredores escuros refletem uma gestão que parece punir todo um centro apenas porque não simpatiza com seu diretor.

“Parece que querem que a gente estude no calor e na escuridão para castigar o diretor”, denuncia Ana Paula, estudante de História. “A gente sente no corpo e na pele a perseguição política. É revoltante.”

O CCSO vive destino semelhante. Não faz muito tempo, o centro foi interditado por risco de curto circuito e incêndio. Mesmo assim, nada mudou. Banheiros quebrados continuam cheirando à derrota institucional, salas sem iluminação se tornaram rotina, infiltrações avançam e a falta de wifi força estudantes a disputar sinal de celular para cumprir suas atividades. A precariedade é tão ampla que já não surpreende ninguém.

“Eu trabalho aqui há dezessete anos e nunca vi uma degradação tão rápida e tão profunda”, afirma um técnico do CCSO que preferiu não se identificar por medo de retaliações. “Parece que a ordem é deixar tudo cair. A gente se sente impotente e abandonado.”

E nem o berço acadêmico do próprio reitor foi poupado. O CCET, que deveria receber atenção redobrada, virou a representação perfeita da destruição institucional. Laboratórios sem manutenção, portas quebradas, equipamentos obsoletos e corredores com cheiro de mofo são agora parte da rotina diária. O centro que já foi orgulho da universidade agora parece um prédio esquecido à beira do colapso.

“Se até o próprio centro do reitor está desse jeito, imagine o resto”, comenta um estudante de Engenharia. “A sensação é que ele virou as costas para tudo e todos.”

Nós, editores, evitamos espiritualizar aquilo que é, em essência, fruto de escolhas políticas e administrativas. Mas é impossível ignorar o clima pesado que paira sobre a universidade. A percepção entre estudantes, técnicos e professores é quase unânime: Fernando Carvalho não apenas é um gestor desastroso, mas carrega uma espécie de energia sombria, um espírito perverso que se reflete em cada canto da instituição. Não é misticismo. É a forma como a destruição se manifesta fisicamente pelos prédios, pelos corredores e pelas expressões cansadas de quem tenta resistir em meio ao abandono.

Do portal de entrada do campus do Bacanga aos prédios mais distantes, tudo respira deterioração. A pintura descasca, os jardins morreram, as estruturas cedem e ninguém na administração parece se importar. O cenário se repete no interior do estado, onde a ausência da reitoria é ainda mais evidente. A UFMA está sendo corroída por dentro, como se uma praga silenciosa tivesse invadido cada bloco e cada setor.

O editorial de hoje não é apenas uma denúncia. É um alerta. É o registro de uma universidade que está sendo destruída aos poucos, não por falta de recursos, mas por falta de compromisso, de coragem e de responsabilidade com o futuro do ensino público.

A UFMA merece mais. O Maranhão merece mais. E quem vive a universidade todos os dias sabe que chegou a hora de quebrar o silêncio e enfrentar o desmonte instalado na gestão de Fernando Carvalho. Porque, se nada mudar, em pouco tempo talvez não reste nada para ser defendido.

Felipe Camarão se destaca ao participar de ato em defesa da democracia no Maranhão

As mobilizações realizadas neste domingo em diversas cidades brasileiras contra propostas que buscam flexibilizar punições a envolvidos em atos golpistas também repercutiram no Maranhão. No cenário político estadual, um fato chamou atenção: o vice-governador e pré-candidato ao Governo do Estado, Felipe Camarão, foi o único entre os nomes colocados na disputa eleitoral a comparecer publicamente ao ato e a se posicionar sobre o tema.

A manifestação reuniu movimentos sociais, entidades sindicais e militantes que defendem a preservação do Estado Democrático de Direito e se posicionam contra qualquer iniciativa de anistia aos responsáveis pelos atos de 8 de janeiro. Durante o evento, Camarão acompanhou a mobilização e reiterou sua posição contrária aos projetos em tramitação no Congresso Nacional que tratam da revisão da dosimetria das penas aplicadas aos envolvidos nas tentativas de ruptura institucional.

Enquanto Felipe Camarão marcou presença e se manifestou de forma direta, os demais pré-candidatos ao governo do Maranhão optaram pelo silêncio. Até o momento, não houve pronunciamentos públicos nem participação desses nomes nas manifestações, o que reforçou o contraste com a postura adotada pelo vice-governador.

A atuação de Camarão no ato deste domingo não é isolada. Em outras ocasiões, o pré-candidato já havia se posicionado publicamente em defesa da democracia e do respeito às instituições, alinhando seu discurso ao debate nacional que se intensificou após o avanço de propostas legislativas sobre o tema na Câmara dos Deputados, agora sob análise do Senado Federal.

As manifestações fazem parte de uma mobilização nacional articulada em várias capitais e cidades do país, refletindo a preocupação de setores da sociedade civil com os rumos das decisões políticas relacionadas à responsabilização de atos considerados antidemocráticos. No Maranhão, a presença de Felipe Camarão no ato acabou se tornando um dos principais destaques do cenário político do fim de semana.

TCU apura pagamentos irregulares na Câmara e avalia ressarcimento em caso envolvendo André Fufuca

O Tribunal de Contas da União (TCU) analisa um processo que apura a nomeação de uma servidora considerada “funcionária fantasma” na Câmara dos Deputados durante o período em que o atual ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA), exercia a função de quarto-secretário da Mesa Diretora da Casa. A investigação trata de pagamentos feitos entre 2019 e 2020 e envolve um possível prejuízo de mais de R$ 284 mil aos cofres públicos.

A apuração resultou na abertura de uma Tomada de Contas Especial (TCE), mecanismo utilizado para identificar responsáveis por danos ao erário e buscar o ressarcimento dos valores. Embora a área técnica do TCU tenha apontado a responsabilidade do então deputado pela nomeação, o relator do caso, ministro Jorge Oliveira, decidiu, por ora, não incluí-lo formalmente entre os investigados.

A servidora investigada é Katiane Ferreira Barboza, nomeada para um cargo comissionado de natureza especial (CNE) vinculado à quarta-secretaria da Câmara. O posto exigia atuação presencial e controle de frequência. No entanto, no mesmo período, ela também ocupava um cargo no Ministério da Saúde, em Brasília.

Auditorias internas apontaram que Katiane recebeu salários e benefícios sem comprovação da prestação efetiva de serviços ao Legislativo. O montante pago, atualizado com juros, chega a R$ 284.362,24, valor que agora é cobrado pelo Tribunal de Contas.

Após identificar as inconsistências, a Câmara dos Deputados instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD). A comissão concluiu que houve fraude no sistema de controle de frequência e recebimento de valores sem contraprestação laboral. Com o encerramento do processo administrativo, o caso foi encaminhado ao TCU para aprofundamento das apurações.

Técnicos do Tribunal defenderam a inclusão de André Fufuca no polo passivo da TCE, sob o argumento de que ele teria contribuído para o pagamento indevido ao autorizar a nomeação da servidora.

Apesar do parecer técnico, o relator Jorge Oliveira entendeu que, neste momento, não há elementos suficientes para responsabilizar diretamente André Fufuca. Em despacho, o ministro destacou que mudanças no regime de controle de frequência estavam previstas em normas internas e que, isoladamente, não configurariam descumprimento da jornada de trabalho.

O relator também considerou o contexto excepcional do início da pandemia de Covid-19, quando houve suspensão do controle presencial de servidores, relativizando registros de frequência feitos pouco antes desse período.

Com isso, apenas Katiane Barboza e seu chefe imediato à época foram formalmente notificados pelo TCU.

Os responsáveis tiveram prazo para quitar o débito ou apresentar defesa, o que não ocorreu dentro do período estabelecido. O Tribunal alertou que a ausência de manifestação pode resultar no julgamento das contas como irregulares, além da condenação ao ressarcimento integral e aplicação de multa.

Mesmo que os valores sejam devolvidos, os envolvidos ainda podem sofrer outras sanções administrativas. O processo segue em tramitação no TCU e ainda não houve decisão final.

Durante o PAD, Katiane Barboza reconheceu o acúmulo de cargos, mas negou ser funcionária fantasma, alegando que realizava atividades de forma remota e que André Fufuca tinha conhecimento de sua situação. O ministro, por sua vez, afirmou desconhecer o acúmulo, disse ter pouco contato com a servidora e negou ter delegado tarefas a ela.

Ao final do processo administrativo, Katiane foi destituída do cargo em comissão e ficou impedida de exercer função pública. Já a situação de André Fufuca permanece sob análise, com possibilidade de novos desdobramentos conforme o avanço da Tomada de Contas Especial.

12 dezembro 2025

Elites perversas, cartas marcadas e o retrocesso político que afasta o PDT das bases populares

Nos últimos dias, um vídeo do ex-prefeito de Igarapé Grande, Erlanio Xavier, reacendeu um debate necessário e incômodo sobre os rumos do PDT no Maranhão. Ao citar seu nome e o de Márcio Honaiser como possíveis candidatos a deputado federal, Erlanio expôs ainda que involuntariamente um problema profundo: a transformação do PDT em um partido guiado por uma elite fechada, distante das bases comunitárias e incapaz de dialogar com movimentos populares históricos do estado.    

A fala é emblemática. Mostra que, para determinados grupos, as eleições seguem sendo conduzidas em um tabuleiro de cartas marcadas, sempre com os mesmos nomes, os mesmos acordos e a mesma lógica de poder interno. Nada mais distante da tradição do PDT que, no tempo de Dr. Jackson Lago, se construía justamente a partir da participação popular e da força das comunidades organizadas.  

Hoje, sob a liderança do senador Weverton Rocha, o partido se apresenta cada vez menos como instrumento democrático e cada vez mais como um espaço restrito, elitizado e impermeável à renovação popular.

MACAIB: UM MOVIMENTO QUE NUNCA MORREU

Enquanto as lideranças partidárias se fecham em si mesmas, o Movimento MACAIB  Centro Matriz das Comunidades, nascido ainda em 1990, segue vivo, atuante e amplamente enraizado tanto na região metropolitana de São Luís quanto no interior do Maranhão.

O MACAIB não apenas resistiu ao tempo: expandiu-se.

Com seus Núcleos Microrregionais, Redes de Massa Mobilizadoras e as extensões SURIMMACAIB, espalhou-se por todo o estado. Lideranças formadas na grande ilha passaram a atuar também no interior, levando formação, consciência política, protagonismo comunitário e projetos sociais.

O resultado é um movimento gigante, com capilaridade real e legitimidade comprovada.

E mais: um movimento que tem projeto, tem base, tem organicidade e que hoje se organiza em defesa da Lei MACAIB e de uma candidatura popular a deputado federal, construída a partir das comunidades.

POR QUE NÃO UM FEDERAL DO MACAIB?

Se o PDT fosse, de fato, o partido que diz ser um partido democrático, de massa, das comunidades, como por exemplo seus antigos distritais, a pergunta seria inevitável:

Por que não defender uma candidatura popular do MACAIB ao invés de repetir os mesmos nomes de sempre?

Por que Marcio Honaiser e Erlanio?

Por que aceitar passivamente esse pacote pronto, típico de decisões palacianas, e ignorar um movimento comunitário que existe há mais de três décadas, nunca deixou de atuar, está presente em São Luís e no interior, tem capilaridade social, defende políticas inovadoras como a CAOEXDASC  Cota Ampla de Ônibus Extraordinários Diários das Comunidades e os FUNSOMDASC  Fundo Social Municipal das Comunidades, e quer, finalmente, disputar espaço institucional em nível federal?

A resposta é simples e dura: a elite só pensa nela.

O vídeo de Erlanio é o retrato disso. Mostra que há um projeto de poder interna corporis, sem participação popular e sem disposição de abrir espaço a movimentos comunitários.

A direção deste blog recorda uma pergunta feita a Sebastião Santos no momento de seu reingresso ao PDT, em 2023. Questionado sobre o motivo da volta ao partido, o líder comunitário respondeu com serenidade: acreditava no projeto político de Weverton Rocha para o Maranhão. Disse ainda que sua filiação contribuiria para uma chapa majoritária sólida e para uma chapa proporcional fortalecida por nomes comunitários, além de garantir espaço ao Movimento MACAIB para desenvolver seus projetos idealizados pelas bases.

No entanto, relatos posteriores apontam uma profunda decepção do líder com o partido, sobretudo pelas decisões tomadas pelo próprio senador. Este blog chegou a imaginar que, nas plenárias de 2025 realizadas na região metropolitana, a direção estadual do PDT abraçaria a Lei MACAIB, especialmente porque o nome de Weverton era constantemente lembrado nos bastidores do movimento.

Resta, então, a pergunta que não quer calar: Se, como sempre afirmou Sebastião Santos, o senador Weverton tem compromisso com as comunidades, por que não defende a candidatura a deputado federal do Movimento MACAIB dentro do PDT? Com o respeito devido à história de lutas e conquistas do líder comunitário, este blog deixa o espaço aberto para sua manifestação.

A PERGUNTA QUE ECOA: CADÊ VOCÊ, SEBASTIÃO SANTOS?

Nos bastidores da militância, cresce uma inquietação legítima: A candidatura federal do MACAIB está sob pressão? Quem está tentando impedir este projeto?

Fontes comunitárias afirmam que existem dificuldades internas para convencer parte das bases a desistirem do nome defendido pelo movimento e que há pressões externas, citando: Weverton Rocha, grupos ligados ao PDT, nomes tradicionais como Erlanio Xavier, e até menções a Astro de Ogum.

O blog que publica esta matéria não acusa, mas pergunta, como é papel do jornalismo crítico: Quem tem medo de um federal das comunidades?

A FORÇA DE UM MOVIMENTO QUE NUNCA PEDIU NADA EM TROCA

Curiosamente, ao longo de mais de 30 anos, o líder Sebastião Santos, principal articulador do MACAIB, nunca cobrou apoio do movimento para seus próprios projetos eleitorais.

A cada eleição, diversos membros disputam cargos pelo estado, especialmente em São Luís, sem imposição de lideranças.

Mas agora, com a Lei MACAIB, o movimento se reorganiza para defender um projeto maior: um mandato federal que represente a massa comunitária do Maranhão.

E faz sentido.

Porque o MACAIB tem legitimidade, tem povo, tem capilaridade, tem história, tem base sólida, tem núcleos espalhados pela grande ilha e pelo interior, e tem um projeto concreto para municípios: FUNSOMDASC  Fundo Social Municipal das Comunidades, CAOEXDASC  Cota Ampla de Ônibus Especiais Extraordinários Diários das Comunidades, COPSOINDASC  Consórcio Público Social Intermunicipal das Comunidades e políticas de justiça social e municipalismo avançado.

Nenhuma candidatura de "cartas marcadas" apresenta isso.

O QUE O PDT TEM A DIZER SOBRE ISSO?

Já que os nomes de Erlanio, Márcio Honaiser e Weverton Rocha foram citados pelas próprias bases, o espaço está aberto para que expliquem por que não apoiam uma candidatura comunitária legítima, esclareçam por que o PDT insiste em ignorar o MACAIB, respondam às acusações de elitização interna, e, no caso do senador Weverton, expliquem também as denúncias envolvendo INSS e a compra de fazenda milionária.

O debate está posto.

O silêncio, neste caso, fala mais do que discursos decorados.

O MARANHÃO PRECISA DE UM FEDERAL DAS COMUNIDADES

Com a força de sua militância e a capilaridade nos municípios, o Movimento MACAIB demonstra que é vivo, é forte, é popular, é legítimo, e está pronto para disputar.

As elites podem continuar distribuindo cartas marcadas, mas a pergunta que ecoa é simples: Até quando o PDT vai ignorar o único movimento de massa ainda vivo no Maranhão? 

A história, a coerência e o povo sabem a resposta.      

A negligência da SEMED e o silêncio de Eduardo Braide, estagiários vivem humilhação com atrasos na bolsa, desvio de função e agora são ameaçados com faltas mesmo sem terem dinheiro para ir trabalhar

A educação pública de São Luís continua dependendo diariamente da força e da coragem de jovens estagiários que, com dedicação e sacrifício pessoal, mantêm vivas as rotinas das escolas municipais. Esses estudantes universitários, muitos da periferia, equilibram estudos, dificuldades financeiras e longos deslocamentos para garantir que as crianças da rede tenham o mínimo de acompanhamento pedagógico que a estrutura da Prefeitura não oferece. No entanto, o que deveria ser uma experiência formativa se transformou em um cenário de angústia, injustiça e desrespeito. Mais uma vez, a bolsa mensal está atrasada, sem previsão de pagamento e sem qualquer explicação clara por parte da Secretaria Municipal de Educação.

O que se vê é uma coletânea de relatos dolorosos sobre endividamento, desespero e humilhação. Nos grupos de mensagens dos estagiários, as falas são uníssonas. São jovens que não têm dinheiro sequer para a passagem de ônibus, que tentam manter a rotina mesmo sem garantia de que terão o mínimo para voltar para casa. A cada nova mensagem, a precariedade se revela em toda sua dimensão. O atraso da bolsa não é apenas um inconveniente, é um ataque direto à sobrevivência de estudantes que dependem desse valor para tudo, desde deslocamento até alimentação.

E diante desse cenário dramático, surge um novo elemento ainda mais revoltante. Um comunicado de uma gestora enviado a um grupo de estagiários afirma, de forma técnica e fria, que continuará registrando as ausências dos estudantes que não comparecerem ao estágio, porque, segundo sua interpretação, o atraso só se caracteriza formalmente após trinta dias sem pagamento. Em outras palavras, enquanto a Prefeitura atrasa deliberadamente a bolsa, enquanto jovens não têm dinheiro para pegar um ônibus, enquanto estagiários vivem angústia e insegurança, a gestão escolar reforça que vai registrar falta como se a ausência fosse uma escolha pessoal e não consequência direta do descaso da SEMED.



É uma cena cruel. Estagiários sem dinheiro para chegar na escola e gestores pressionados pelo sistema sendo orientados a registrar faltas, como se esses estudantes não estivessem sendo vítimas de uma falha administrativa da Prefeitura. A mensagem demonstra o tamanho da desconexão entre a realidade e a burocracia que sustenta a atual gestão da educação municipal. A Prefeitura não paga, os estudantes não têm recursos financeiros, mas mesmo assim são penalizados com faltas e advertências. Uma lógica perversa que empurra jovens universitários para a humilhação e para o medo.

Para entender por que isso é ainda mais grave, é preciso lembrar a função desses estagiários. O programa de estágio da SEMED deveria ser uma experiência supervisionada, com foco no apoio pedagógico. O que se vê, porém, é desvio de função em larga escala. Estagiários assumem turmas inteiras, substituem professores, mediam conflitos, aplicam atividades e realizam tarefas administrativas. São tratados como trabalhadores efetivos, porém sem direitos, sem salários e sem proteção. A Prefeitura se beneficia de seu trabalho, mas quando chega a hora de assumir sua responsabilidade, vira o rosto.

E o problema se agrava porque, segundo informações repassadas pelo próprio IEL, a instituição responsável pelo repasse, o pagamento não foi realizado porque a Prefeitura não enviou o recurso. Ou seja, o culpado é claro, direto e inequívoco. A SEMED não pagou, o IEL não pôde repassar, e os estagiários ficaram à própria sorte. A responsabilidade é da gestão municipal, e não há argumento capaz de transferir essa culpa para outra instância. É o dinheiro público que não foi movimentado, é a obrigação da Prefeitura que não foi cumprida.

E aqui entra o silêncio mais incômodo, o silêncio da gestão Eduardo Braide. Não há nota oficial, não há calendário de pagamento, não há previsão. Não há sequer a humildade política de admitir o problema e dialogar com os estudantes afetados. A Prefeitura opta pelo silêncio enquanto centenas de jovens sofrem, passam necessidade e são expostos ao constrangimento de não ter sequer o valor da passagem.

O atraso da bolsa em dezembro agrava ainda mais a situação. Este é o mês em que as famílias mais precisam de recursos. Os estagiários não têm décimo terceiro, muitos sustentam filhos, muitos ajudam nas despesas de casa. E mesmo assim, são deixados de lado, como se suas vidas fossem uma variável secundária na equação administrativa da Prefeitura. A indignação cresce porque a sensação é de abandono absoluto.

O mais revoltante é observar que, mesmo sabendo de tudo isso, algumas gestoras, pressionadas pela SEMED e pelo receio de serem responsabilizadas, informam que vão continuar registrando falta dos estagiários. Essa postura expõe uma perversidade institucional. O estudante não tem condições de ir trabalhar porque a própria gestão pública não paga o que deve, mas ainda assim será punido. Uma punição injusta, desumana e desconectada da realidade concreta de jovens que já estão emocionalmente esgotados.

Os estagiários, mesmo diante da desinformação e do abandono, continuam tentando resistir. Organizam abaixo assinados, expõem nas redes sociais, cobram respostas do IEL e da SEMED, e tentam construir alguma forma de unidade para enfrentar uma estrutura que insiste em ignorá los. A ausência de transparência aumenta ainda mais a sensação de desamparo. Parte dos estudantes afirma que algumas pessoas receberam informações internas da SEMED e que reuniões foram realizadas, mas essas informações não foram repassadas a todos. Essa comunicação seletiva aumenta o ruído, aprofunda o desalento e reforça a percepção de que existe uma gestão dividida entre os que têm acesso às informações e os que são deixados no escuro.

É preciso que a cidade saiba o que acontece dentro das escolas. É preciso revelar que a educação municipal depende do trabalho precarizado de estagiários explorados. É preciso dizer claramente que o prefeito Eduardo Braide tem responsabilidade direta sobre o sofrimento desses jovens, sobre a falta de pagamento, sobre o desvio de função e agora também sobre as faltas injustas registradas quando o estudante não tem nem mesmo o valor da passagem.

A crise das bolsas não é um acidente administrativo, é um sintoma da falta de planejamento, da falta de compromisso com a educação e da falta de respeito com a vida das pessoas. A Prefeitura escolheu não repassar, a SEMED escolheu não comunicar, o prefeito escolheu se calar. E enquanto essas escolhas políticas são feitas, centenas de jovens seguem sendo humilhados, penalizados e responsabilizados por um erro que não cometeram.

A cidade de São Luís precisa reagir. Porque a educação não pode ser construída à base de improviso, exploração e silêncio. E porque nenhum estudante deveria ser punido por não ter dinheiro de passagem quando a própria Prefeitura é a responsável por esse caos.

10 dezembro 2025

Após arquivamento de impeachment, Braide volta ao centro de controvérsia com denúncia no TCE-MA

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide, tornou-se novamente alvo de questionamentos formais após o arquivamento do pedido de impeachment na Câmara Municipal. Um servidor aposentado da administração municipal, Liberalino Paiva Sousa, protocolou no Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA) uma representação que acusa o gestor de descumprir a legislação referente ao teto salarial do funcionalismo.

A denúncia aponta que a Prefeitura estaria ignorando a lei municipal que elevou o subsídio do prefeito para R$ 38 mil e redefiniu o teto remuneratório dos servidores. Segundo o servidor, mesmo após decisões judiciais que confirmaram a validade imediata da norma, o Executivo segue aplicando o limite anterior, de R$ 25 mil.

O documento entregue ao TCE-MA reúne decisões judiciais, contracheques, notificações e registros de comunicação enviados à Secretaria Municipal de Administração — todos, segundo o denunciante, sem retorno. Entidades de auditores também cobram esclarecimentos sobre a não implementação do novo teto e sobre o pagamento retroativo das diferenças.

Liberalino sustenta que a conduta da gestão configura violação ao artigo 49 da Lei Orgânica do Município, o que poderia caracterizar infração político-administrativa. Esse mesmo impasse jurídico motivou o pedido de cassação de Braide na Câmara, arquivado nesta terça-feira (9) pela Presidência da Casa sob o argumento de que um processo extremo como o impeachment seria precipitado diante de uma disputa ainda sob análise judicial.

Com a decisão do Legislativo, o caso ganha novo rumo no âmbito do controle externo. A representação pode resultar na abertura de investigação no TCE-MA e, posteriormente, no Ministério Público do Maranhão (MP-MA). Caso as irregularidades sejam comprovadas, as consequências podem incluir penalidades administrativas e até inelegibilidade para o prefeito.

Enquanto isso, o tema segue repercutindo entre servidores e especialistas em gestão pública, que cobram mais transparência e definição clara sobre a aplicação da lei que reajustou o teto salarial no município.

Prioridade do PT a Felipe Camarão amplia pressão sobre Brandão e redesenha o tabuleiro político de 2026

A decisão do Partido dos Trabalhadores de incluir Felipe Camarão na lista de pré-candidaturas prioritárias para 2026 reorganizou o cenário eleitoral no Maranhão e expôs, mais uma vez, o desgaste interno enfrentado pelo grupo do governador Carlos Brandão. O movimento do PT, interpretado como um gesto direto do presidente Lula, reacendeu debates sobre a sucessão estadual e fragilizou o projeto político liderado pela família Brandão.

O episódio se soma à crise provocada meses atrás, quando o PSB – partido de Brandão – passou por uma reviravolta que deixou o governador isolado dentro da própria sigla, em pleno exercício do mandato. A derrota política foi silenciosa, mas profunda, e colocou em xeque a capacidade de articulação do grupo governista.

Analistas avaliam que a insistência do entorno do governador em sustentar um discurso de unidade e viabilidade eleitoral criou uma bolha em torno do Palácio dos Leões. Internamente, aliados mantiveram projeções consideradas irreais por parlamentares e lideranças regionais, alimentando expectativas que não encontraram respaldo na prática.

A estratégia buscava preservar o projeto familiar, que tem o secretário Orleans Brandão como potencial candidato ao governo. Porém, tanto as pesquisas quanto os alinhamentos nacionais passaram a apontar em direção contrária.

Nos últimos meses, Brandão intensificou conversas com atores políticos em Brasília. Procurou aproximação com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira e, em outra frente, buscou aval do ex-presidente José Sarney para influenciar Lula na escolha do nome apoiado pelo governo federal no Maranhão.

O governador também reforçou investimentos em comunicação, ampliou agendas públicas e promoveu o sobrinho Orleans em eventos institucionais. Apesar do esforço, nenhuma das iniciativas teve o efeito esperado: o nome de Orleans não ganhou tração e o PT consolidou Felipe Camarão como o representante da esquerda em 2026.

Com a oficialização da prioridade do PT, Brandão entra na etapa final de sua gestão com pouco espaço para manobra. Resta-lhe quatro meses ou, no máximo, um ano de governo, dependendo de suas escolhas para a disputa eleitoral.

Se permanecer no cargo, terá de enfrentar um ambiente político desconfiado, dividido e marcado por três candidaturas competitivas: Eduardo Braide, Lahesio Bonfim e agora Felipe Camarão, fortalecido pelo apoio do presidente Lula.

No centro das discussões está a pré-candidatura de Orleans Brandão, que deve contar com o apoio de parte do centrão e de grupos tradicionais da política maranhense. No entanto, a estratégia traz consigo o peso das críticas ao que especialistas chamam de “familismo político”, envolvendo nomes como Pedro Lucas Fernandes, Maura Jorge e lideranças regionais que mantêm estruturas herdadas de seus pais ou padrinhos políticos.

Esse cenário reforça o desafio do grupo Brandão: sustentar um projeto que enfrenta resistência dentro e fora da base e que, até agora, não conseguiu demonstrar força suficiente para reagir às mudanças de rota impostas pelo campo progressista nacional.

09 dezembro 2025

PT confirma Felipe Camarão entre candidaturas prioritárias de 2026 e destaca liderança construída pelo diálogo no Maranhão

A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores aprovou, no último domingo (7), a resolução que define os estados onde a legenda terá candidatura própria ao governo em 2026. Entre os oito nomes considerados estratégicos para a disputa, o vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão, foi novamente confirmado como uma das principais apostas do PT.

A decisão reforça o espaço político conquistado por Camarão dentro da sigla e reconhece o trabalho que ele vem desempenhando no estado. Conhecido por manter uma agenda constante de diálogo com lideranças políticas, movimentos sociais, comunidades religiosas e setores produtivos, Camarão é visto internamente como um dos quadros mais preparados e agregadores do partido no Nordeste.

Ao longo dos últimos anos, Felipe Camarão ampliou sua presença política no Maranhão mantendo o que chama de “escuta ativa pelo estado”, visitando municípios, participando de debates regionais e fortalecendo pontes com diferentes setores da sociedade. Esse estilo dialogado, segundo dirigentes petistas, tem sido fundamental para consolidar sua liderança e posicioná-lo como nome natural para a sucessão estadual.

A postura conciliadora e o trânsito que mantém entre alas distintas do campo progressista são apontados como diferenciais. Nos bastidores do partido, dirigentes avaliam que o vice-governador conseguiu construir uma imagem de gestor comprometido, sensível às demandas populares e alinhado às diretrizes nacionais da legenda — sem deixar de manter proximidade com o governo estadual.

Além do Maranhão, o PT definiu candidaturas próprias em outros sete estados: São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Piauí e Rio Grande do Norte. Em três deles, governadores petistas disputarão a reeleição; nos demais, nomes como Camarão são considerados competitivos para liderar palanques estaduais fortes e alinhados ao projeto nacional do partido.

De acordo com o deputado Jilmar Tatto (SP), vice-presidente do PT e coordenador do Congresso Nacional da sigla, a estratégia busca fortalecer candidaturas viáveis sem comprometer a prioridade máxima da legenda: a reeleição do presidente Lula. “Há estados em que o PT precisa, sim, disputar o governo. E no Maranhão temos um nome consolidado, preparado e com capacidade de conduzir esse debate”, afirmou.

Mesmo após ser novamente citado entre os nomes prioritários, Felipe Camarão tem evitado discutir abertamente o processo eleitoral e continua focado em sua atuação institucional. Ele segue realizando reuniões, visitas a municípios e agendas comunitárias, reforçando um estilo de atuação marcado pela proximidade com a população.

Aliados afirmam que seu compromisso é seguir dialogando e construindo convergências, mantendo um ambiente político estável no estado — uma marca que, segundo eles, explica sua crescente projeção nacional.

Com a resolução aprovada, Camarão passa a integrar oficialmente o seleto grupo de lideranças que o PT pretende levar às disputas estaduais em 2026, consolidando seu nome como uma das principais referências do partido no Nordeste.

Presidente da Câmara de São Luís é acusado de violar decreto federal ao arquivar denúncia contra Eduardo Braide

Uma decisão do presidente da Câmara Municipal de São Luís, Paulo Victor, reacendeu o debate sobre transparência e legalidade no processo legislativo da capital maranhense. O parlamentar é acusado de ter cometido possível crime de responsabilidade ao arquivar, de forma isolada, uma representação apresentada por servidores municipais contra o prefeito Eduardo Braide, que incluía acusações de improbidade administrativa, infrações político-administrativas e possíveis crimes de responsabilidade.

A controvérsia ganhou força porque, segundo especialistas em Direito Público e o próprio texto do Decreto-Lei 201/67, o presidente da Câmara não possui autoridade legal para rejeitar ou arquivar unilateralmente denúncias dessa natureza. A norma determina, de forma expressa, que toda denúncia deve ser lida na primeira sessão após o protocolo, cabendo exclusivamente ao plenário decidir se o pedido será ou não recebido.

Após o protocolo da denúncia, o presidente da Casa tem apenas atribuições formais e procedimentais:

Verificar os requisitos formais da denúncia.

Encaminhar o documento para leitura na sessão seguinte;

Colocar imediatamente em votação o recebimento;

Em caso de aprovação, sortear os membros da Comissão Processante na mesma sessão;

Encerrar sua participação no processo, salvo convocações regimentais.


Ou seja, é vedado ao presidente avaliar o mérito, rejeitar ou arquivar o pedido sem votação. Caso existam falhas formais, o máximo que poderia ocorrer seria a devolução da representação ao denunciante para correções — jamais o arquivamento definitivo.

Juristas consultados avaliam que o ato de Paulo Victor pode ser considerado nulo, visto que teria violado o artigo 5º do Decreto-Lei 201/67 e o princípio constitucional da colegialidade. A decisão monocrática também abre margem para que o denunciante ou qualquer vereador ingresse com Mandado de Segurança, buscando reverter o arquivamento.

Além disso, críticos afirmam que a atitude do presidente ocorre em meio a um ambiente de tensão entre a Câmara e o prefeito Eduardo Braide, o que torna o episódio ainda mais sensível.

A questão promete movimentar os bastidores da Câmara Municipal de São Luís nos próximos dias. Parlamentares da oposição avaliam possíveis medidas contra o presidente, enquanto aliados de Paulo Victor argumentam que ele agiu dentro de sua interpretação regimental.

O caso ainda não foi oficializado no plenário, mas a pressão política e jurídica deve aumentar, especialmente diante de análises que apontam que o arquivamento poderia configurar, em tese, crime de responsabilidade.

Até o momento, o presidente da Câmara não se pronunciou publicamente sobre a acusação de ilegalidade em sua decisão.

08 dezembro 2025

Pesquisa que circula nas redes sobre impeachment de Braide levanta dúvidas sobre metodologia e timing político

Uma pesquisa divulgada nas redes sociais nesta segunda-feira (8) reacendeu o debate sobre o processo de impeachment do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD). O levantamento afirma que 90,1% dos entrevistados seriam contrários à abertura do processo de cassação, mas a metodologia e a forma como os dados foram apresentados levantaram questionamentos entre especialistas e lideranças políticas.

Segundo a divulgação, 705 pessoas foram ouvidas no dia 6 de dezembro. O número, no entanto, representa menos de 1% da população da capital maranhense, que hoje ultrapassa 1.089.215 habitantes. A disparidade levou analistas a classificarem o resultado como “insuficiente para medir a opinião geral da cidade”, ainda que a pesquisa cite margem de erro de 3,7 pontos percentuais.

Outro ponto que chamou atenção foi a formulação da pergunta sobre o impeachment. A pesquisa teria utilizado como premissa a versão defendida pelo próprio prefeito, de que o processo na Câmara seria motivado pela recusa de um aumento salarial. Especialistas em opinião pública observam que perguntas com viés podem induzir respostas mais favoráveis ao gestor, distorcendo a percepção real do eleitorado.

O levantamento também aponta que 84,8% dos ludovicenses considerariam Braide o gestor que mais tem feito pela cidade, contra 7% atribuídos ao governador Carlos Brandão (PSB) e 2,6% à Câmara Municipal. O cenário, descrito como “perfeito demais”, contrasta com o momento político enfrentado pelo prefeito, alvo de um pedido formal de cassação.

O processo em andamento na Câmara de São Luís reúne acusações de descumprimento de leis municipais, cortes em vencimentos de servidores, aposentados e pensionistas e controvérsias envolvendo reajustes salariais. O caso segue em análise pelos vereadores.

Nos bastidores, dirigentes políticos e analistas afirmam que o surgimento repentino da pesquisa — sem identificação clara de instituto, histórico de levantamentos ou registro formal — acendeu o alerta sobre o uso de consultas não verificadas como instrumento de narrativa política. A popularização de gráficos e números produzidos sem rigor metodológico tem se intensificado nas redes e grupos de WhatsApp durante períodos de crise política.

Para especialistas, pesquisas sem transparência sobre responsáveis, amostragem e metodologia não contribuem para o debate público e podem ser utilizadas para pressionar instituições ou influenciar a opinião de setores da sociedade.

O desfecho do processo contra Braide, no entanto, dependerá exclusivamente do andamento na Câmara Municipal. Até lá, novas manifestações públicas e tentativas de influenciar o debate devem continuar ganhando força no ambiente digital.

06 dezembro 2025

Liberação de emenda a Paulo Victor acirra clima na Câmara antes de sessão decisiva contra Braide

Às vésperas de uma das sessões mais tensas da atual legislatura, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, autorizou o pagamento de uma emenda parlamentar de R$ 300 mil destinada pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor. O repasse, que beneficiará o Clube de Mães Orgulho do Saber, localizado na Cidade Olímpica, será executado por meio da Secretaria Municipal de Desporto e Lazer (Semdel) e consta como programado para segunda-feira (8), segundo dados do Portal da Transparência.

A liberação ocorre após meses de atraso — a emenda está pendente desde setembro — e no momento em que o prefeito enfrenta uma crescente pressão política. Braide tenta impedir o avanço do processo de cassação apresentado após a ofensiva judicial que envolve o reajuste de seu próprio salário, usado como teto remuneratório para servidores municipais. A queixa foi protocolada por dois servidores aposentados, ambos acima de 75 anos, que afirmam ter sofrido cortes superiores a 30% em seus vencimentos e acusam o prefeito de descumprir decisões judiciais e a legislação municipal.

Nos últimos dias, a tensão entre Executivo e Legislativo se intensificou. O Controle Interno da Câmara notificou formalmente a prefeitura pelo não cumprimento da Lei Municipal nº 7.729/2025, anexando seis decisões judiciais — incluindo determinações do STF, do TJMA e um mandado de segurança — que obrigam Braide a restabelecer o pagamento correto dos subsídios.

A partir dessas cobranças, surgiram relatos de que representantes do governo municipal teriam buscado apoio de vereadores para revogar a lei, oferecendo em troca a liberação de emendas parlamentares que estavam represadas.

Nesse cenário, o pagamento da emenda de Paulo Victor é visto por interlocutores da Câmara como um gesto de caráter político, direcionado ao principal articulador da Casa justamente na antevéspera da votação que definirá se o processo de impeachment será aberto ou arquivado.

A sessão decisiva está marcada para a manhã de terça-feira, 9 de dezembro, e deve ocorrer sob forte clima de pressão e intensa movimentação nos bastidores.

Denúncia de violência doméstica feita por Mariana Brandão agita cenário político e cobra posicionamento do governo

A vice-prefeita de Paço do Lumiar, Mariana Brandão — sobrinha do Carlos Brandão, governador do Maranhão — tornou público, na manhã deste sábado (6), que teria sido vítima de agressões praticadas pelo então companheiro, Ítalo Augusto Reis Carvalho. Nas redes sociais, ela postou imagens que, segundo afirma, retratam marcas no corpo decorrentes de violência doméstica. 

Mariana justificou a exposição das imagens afirmando que vinha sofrendo pressões e julgamentos por ter encerrado o relacionamento. No relato, disse que jamais aceitaria continuar calada diante do que classificou como agressões “dentro de casa”. Embora tenha apagado a postagem minutos depois, prints circulam amplamente em grupos de mensagem e redes sociais. 

O caso provocou grande repercussão por envolver uma figura pública e por atingir diretamente o núcleo político da família no poder. Apesar da gravidade das acusações, até o momento nenhuma nota oficial foi divulgada pela família Brandão nem por representantes do governo ou da prefeitura — o que intensifica a cobrança por esclarecimentos. 

O silêncio oficial contrasta com a forte repercussão nas redes e nos bastidores políticos. A divulgação das imagens reacende o debate sobre violência doméstica, especialmente em contextos de poder, e coloca sob pressão não apenas o denunciado, mas também instituições e atores públicos responsáveis por investigar e responder a essa denúncia.

Cabe lembrar que esta denúncia — se confirmada — ocorre num ambiente já sensível em Paço do Lumiar, marcado por polêmicas envolvendo contratos públicos milionários e estruturas de poder familiar. 

04 dezembro 2025

Após denúncia, UFMA reativa parte dos bebedouros do RU, mas estudantes seguem sem acesso pleno à água potável

Três semanas após a interrupção total do fornecimento de água nos bebedouros do Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal do Maranhão, a repercussão de uma denúncia publicada pelo Blog forçou a administração a adotar medidas emergenciais. Dois dos seis equipamentos voltaram a funcionar, ainda de forma limitada, revelando que a solução poderia ter sido tomada com antecedência.

Durante 21 dias, estudantes enfrentaram uma situação considerada crítica: um bebedouro interditado, quatro sem qualquer funcionamento e outro liberando apenas água quente — inadequada para consumo em São Luís, cidade marcada por altas temperaturas devido à sua localização próxima à Linha do Equador. A falta de acesso à água potável atingiu milhares de alunos especialmente nos horários de maior movimento, como almoço e jantar.

Com a pressão pública, a UFMA restabeleceu parcialmente o serviço, mas o retorno de apenas dois bebedouros está longe de atender à demanda diária do restaurante universitário. Relatos de filas, disputa por espaço e escassez continuam frequentes, reforçando a percepção de que a resposta da administração foi insuficiente e tardia.

Apesar da gravidade da situação, o pró-reitor de Assistência Estudantil, Danilo Lopes, e o reitor Fernando Carvalho não se manifestaram até o momento. A ausência de posicionamento oficial contrasta com o discurso de “eficiência” e “inovação” constantemente divulgado pela gestão universitária.

O episódio reacende o debate sobre a fragilidade da assistência estudantil na UFMA e evidencia, mais uma vez, que providências concretas só são adotadas após forte pressão externa. O blog seguirá acompanhando o caso e cobrando providências para que todos os bebedouros sejam plenamente restabelecidos, garantindo aos estudantes o direito básico à água potável.

03 dezembro 2025

Pedido de cassação contra Eduardo Braide chega à Câmara de São Luís e deve ser analisado nos próximos dias

Uma representação protocolada nesta terça-feira (2) reacendeu o clima de tensão política na capital maranhense ao pedir a cassação do mandato do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD). O documento, apresentado por um servidor municipal aposentado, acusa o gestor de infrações político-administrativas e crime de responsabilidade.

A denúncia foi encaminhada à Mesa Diretora da Câmara Municipal e distribuída à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e à Comissão de Orçamento, que deverão emitir parecer sobre a admissibilidade do pedido.

Segundo o documento, Braide teria descumprido a Lei Municipal nº 7.729/2025, que estabelece o subsídio do prefeito e determina o teto remuneratório no âmbito do município. A representação sustenta que, apesar da legislação vigente, o Executivo não estaria aplicando corretamente o teto, ao mesmo tempo em que teria autorizado cortes considerados ilegais nos contracheques de servidores, aposentados e pensionistas desde novembro de 2024.

O autor afirma ainda que o prefeito teria adotado postura “seletiva” no cumprimento das normas, gerando prejuízo financeiro a categorias específicas e violando os princípios de legalidade e moralidade administrativa.

Além das questões remuneratórias, a representação cita possível desvio de finalidade em gastos públicos realizados em 2024. Parte desses apontamentos já é alvo de análise por técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA), conforme menciona o próprio documento apresentado à Câmara.

Ao final, o denunciante solicita que seja aberto processo político-administrativo contra o prefeito e que o caso seja encaminhado ao Ministério Público do Maranhão e ao TCE para aprofundamento das investigações.

A expectativa é de que o pedido seja colocado em pauta ainda nesta semana. Caso a representação seja admitida, a Casa iniciará um rito semelhante ao previsto na Lei Orgânica do Município, que pode resultar desde arquivamento até a cassação do mandato do prefeito.

Até o momento, a Prefeitura de São Luís não se manifestou oficialmente sobre as acusações.

02 dezembro 2025

Candidatos Contestam Processo Seletivo da SEMA por Aprovar Apenas Estagiários Já Ativos

Uma retificação no cronograma do processo seletivo de bolsistas do Programa de Desenvolvimento em Gestão Ambiental (PDGA), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA), desencadeou uma série de denúncias e questionamentos sobre a transparência da seleção.

De acordo com relatos enviados à reportagem, o resultado final divulgado no dia 26 de novembro teria aprovado exclusivamente candidatos que já atuavam como estagiários dentro da própria SEMA. As denúncias apontam que não houve, na prática, um processo seletivo, mas apenas a manutenção de estagiários que já integravam a pasta, sem abertura real para novos concorrentes.

Candidatos que acompanharam o processo afirmam que nenhuma etapa concreta de seleção — como entrevistas, análise comparativa de currículos ou prova — teria sido realizada para justificar o resultado final. A lista de aprovados, segundo os denunciantes, seria composta apenas por nomes já conhecidos dentro da secretaria.

“Eles chamaram exatamente as mesmas pessoas que já estavam lá. Não houve transferência, nem substituição, nem oportunidade para novos candidatos. A seleção simplesmente manteve quem já estava”, relata uma candidata que participou da inscrição, mas prefere não se identificar.

A retificação do cronograma, publicada dias antes da divulgação do resultado final, gerou ainda mais dúvidas entre os participantes. Para muitos, a mudança reforçou a percepção de que o processo estava direcionado.

Especialistas em gestão pública consultados pela reportagem destacam que, embora não seja ilegal que estagiários já vinculados à pasta participem da seleção, é necessário garantir igualdade de condições, critérios objetivos e transparência, sobretudo em programas financiados com recursos públicos.

Até o momento, a SEMA não divulgou nota oficial sobre as denúncias. A reportagem solicitou esclarecimentos à secretaria e aguarda resposta sobre os critérios adotados, a composição da banca avaliadora e os procedimentos efetivamente realizados ao longo da seleção.

Enquanto isso, candidatos cobram a revisão do resultado e maior fiscalização por parte de órgãos de controle e transparência, argumentando que o processo, tal como conduzido, coloca em dúvida a credibilidade do programa e pode prejudicar oportunidades para novos estudantes interessados em atuar na área ambiental.

Fonte: A Capital Slz 

Prefeitura de São Luís desembolsa quase R$ 9 milhões em transporte por aplicativo durante greve de motoristas

A paralisação de motoristas de duas empresas do transporte coletivo em São Luís gerou um gasto expressivo aos cofres municipais. Em apenas 10 dias, a Prefeitura desembolsou R$ 8.743.636,35 para custear corridas por aplicativo destinadas aos usuários afetados pelo movimento grevista. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (2).

De acordo com as informações, o valor total envolve R$ 5.524.060,31 já pagos à 99 Tecnologia e outros R$ 3,2 milhões empenhados, conforme a Nota de Empenho nº 260/2025.

A medida foi adotada após o prefeito Eduardo Braide (PSD) decidir não repassar cerca de R$ 400 mil em subsídios solicitados pelas empresas de ônibus para manter a operação durante a greve. O montante recusado é quase 20 vezes menor que o valor posteriormente direcionado ao transporte por aplicativo.

Ao anunciar a alternativa emergencial, Braide justificou que não faria repasses porque as empresas estariam operando com apenas 80% da capacidade. No entanto, a Lei Complementar nº 07/2025, que regulamenta o uso de transporte por aplicativo em situações excepcionais, determina que o recurso só deve ser utilizado quando menos de 60% da frota estiver circulando.

A discrepância entre a justificativa e o texto da legislação tem alimentado críticas de especialistas e observadores da gestão municipal, que apontam flexibilização de regras e falta de fiscalização adequada.

O gasto expressivo reacendeu o debate sobre prioridades orçamentárias. Técnicos ouvidos por veículos independentes afirmam que valores semelhantes poderiam financiar reformas de escolas, ampliação de serviços essenciais e melhorias no sistema de saúde municipal.

Além disso, críticos argumentam que a Câmara Municipal tem se mostrado distante das discussões sobre o tema, deixando sem resposta questionamentos acerca de transparência, legalidade e eficiência do gasto emergencial.

O episódio se soma a outros embates públicos entre a Prefeitura e o setor de transporte coletivo. Nos últimos anos, Braide alternou declarações contra as empresas, denúncias de suposta má gestão do sistema e negociações que incluíram aumento de repasse para garantir o fim de greves anteriores.

Enquanto isso, a população segue enfrentando instabilidade no serviço de transporte público, com impactos diretos na mobilidade urbana e no cotidiano de trabalhadores e estudantes.

Com informações Blog Observatório da Blogosfera