O sistema de transporte coletivo da capital maranhense enfrenta mais um capítulo de instabilidade após a suspensão do repasse de subsídios por parte da Prefeitura de São Luís. O atraso, estimado em cerca de R$ 7 milhões, provocou uma paralisação de trabalhadores e deixou milhares de usuários sem alternativas de deslocamento.
Na última sexta-feira (14), funcionários da empresa 1001 realizaram uma manifestação em frente à sede da companhia, no bairro Forquilha. O protesto — motivado por salários e direitos trabalhistas atrasados — resultou na interrupção das atividades e expôs ainda mais a fragilidade do sistema. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte (SET), o subsídio é fundamental para garantir o pagamento dos trabalhadores, conforme definido em acordo firmado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) desde 2022.
Além disso, o Município estaria descumprindo uma decisão da Vara de Interesses Difusos, relacionada ao financiamento e manutenção do serviço.
O prefeito Eduardo Braide confirmou, por meio de suas redes sociais, que o repasse ainda não foi efetuado. Segundo ele, o pagamento só será realizado após o retorno completo das frotas às ruas — condição que gerou críticas tanto de trabalhadores quanto de usuários.
Com a paralisação, cerca de 15 bairros registraram dificuldades severas de deslocamento, obrigando moradores a recorrerem a transportes alternativos e mais caros. Entre as áreas afetadas estão:
Ribeira
Vila Kiola
Vila Itamar
Tibiri
Cohatrac
Parque Jair
Parque Vitória
Alto do Turu
Vila Lobão
Vila Isabel Cafeteira
Vila Esperança
Pedra Caída
Recanto Verde
Forquilha
Ipem Turu
Usuários relataram atrasos, gastos extras e sensação de abandono. Para muitos, a crise coloca em risco o acesso ao trabalho, à escola e a serviços essenciais, intensificando a indignação da população.
“Dependemos do ônibus todos os dias. Quando o serviço para desse jeito, é como se a cidade parasse junto”, relatou uma moradora da região do Turu.
Enquanto o SET cobra o cumprimento dos repasses e os trabalhadores exigem garantias salariais, a Prefeitura mantém a posição de só liberar os valores após a normalização da operação. O impasse prolonga a instabilidade e deixa a população como principal vítima.
A crise reacende o debate sobre a sustentabilidade do modelo de financiamento do transporte público em São Luís e a necessidade de alternativas que garantam previsibilidade ao sistema.
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