11 outubro 2025

Educação com consciência: evento inédito em São Luís propõe reflexão sobre infância e emoções

A capital maranhense sediará, no dia 24 de outubro, o 1º Encontro Maranhense de Educação Positiva, evento que promete reunir educadores, pais e profissionais interessados em repensar práticas de ensino e convivência familiar à luz da empatia e da neurociência. A programação ocorrerá no Auditório do Fórum Des. Sarney Costa, no bairro Calhau, e as inscrições já estão abertas neste link.

Um convite à consciência e ao acolhimento

Idealizado pela educadora Juliana Camarão, o encontro surge como um espaço de diálogo sobre os desafios contemporâneos da educação parental.

> “Educar não vem com manual — mas pode vir com consciência. É um convite para desacelerar, escutar e repensar nossas práticas como pais e educadores”, destacou Juliana.

A proposta do evento é ajudar famílias e profissionais da educação a desenvolverem ferramentas mais empáticas e assertivas na relação com as crianças, promovendo uma cultura de respeito mútuo e fortalecimento emocional.

Especialista internacional participará pela primeira vez no Maranhão

Entre os palestrantes confirmados está Maya Eigenmann, referência internacional em Educação Positiva e fundadora da Escola da Fundação Positiva, reconhecida pelo MEC e pela Anhanguera. Em sua palestra intitulada “Adultos feridos, crianças sobreviventes”, marcada para as 16h20, Maya abordará como as experiências e feridas emocionais dos adultos influenciam o comportamento e o desenvolvimento das crianças.

> “A Educação Positiva é o caminho para suprirmos as necessidades universais das crianças, criando adultos mais empáticos, resilientes e emocionalmente saudáveis”, afirmou a especialista.

Formação e transformação

O evento também tem caráter formativo, incentivando professores, psicólogos, terapeutas e pais a se aprofundarem na abordagem da Educação Positiva e Neurociência da Infância, uma tendência que ganha cada vez mais espaço nas escolas e lares do país.

> “Vamos falar sobre o que realmente importa: amor, limites, respeito e conexão”, concluiu Juliana Camarão.

O 1º Encontro Maranhense de Educação Positiva é uma oportunidade de aprendizado e troca para todos que acreditam que educar é, acima de tudo, um ato de amor e consciência.



09 outubro 2025

Alunos denunciam sucateamento das artes após UFMA anunciar Bacharelado em Inteligência Artificial

O anúncio do novo curso de Bacharelado em Inteligência Artificial pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) provocou indignação entre alunos e docentes das áreas artísticas da instituição. Embora a medida seja apresentada pela reitoria como um passo rumo à modernização e ao futuro da educação superior, representantes dos cursos de Artes Visuais, Design e outras áreas culturais denunciam a precariedade estrutural e o abandono que enfrentam há anos.

Segundo relatos, faltam materiais básicos, salas adequadas, professores suficientes e investimentos mínimos para garantir o funcionamento pleno dos cursos. A situação, considerada crítica por estudantes, contrasta com o entusiasmo institucional em torno da expansão de cursos voltados à tecnologia e inovação.

> “Como falar em futuro e inteligência artificial se o presente das artes é de abandono?”, questionam representantes estudantis. “A universidade precisa valorizar tanto a produção tecnológica quanto a cultural, que é parte essencial da identidade maranhense.”

O descontentamento não se limita à infraestrutura. Professores e alunos apontam a ausência de políticas de incentivo à criação artística e à pesquisa nas humanidades. “Os ateliês estão sem condições de uso, e os projetos de extensão, que deveriam aproximar a comunidade da universidade, foram paralisados por falta de apoio”, afirma um docente do curso de Artes Visuais.

O cenário reforça um sentimento de contradição dentro da UFMA: enquanto recursos e visibilidade se concentram nas áreas tecnológicas, as disciplinas voltadas à arte, cultura e design seguem à margem das prioridades institucionais.

As críticas também se estendem à própria lógica de expansão da Inteligência Artificial. Estudantes e professores alertam que, sem um debate ético e inclusivo, o avanço da IA pode precarizar ainda mais o trabalho artístico, substituindo processos criativos humanos por algoritmos automatizados, sem garantir direitos trabalhistas ou reconhecimento autoral.

> “O discurso de inovação não pode servir para mascarar a exclusão de profissionais criativos. A universidade precisa ser o espaço do diálogo entre tecnologia e humanidade — e não da substituição de um pelo outro”, afirmam representantes estudantis.

Diante do cenário, movimentos estudantis convocam a comunidade acadêmica para uma mobilização em defesa da valorização das artes e da educação pública de qualidade. As reivindicações incluem a contratação de novos professores, reforma de espaços físicos, reposição de materiais e maior transparência na distribuição orçamentária entre os cursos.

> “Não somos contra o avanço tecnológico”, afirmam os estudantes. “Mas exigimos que o futuro não seja construído sobre as ruínas da arte e da cultura.”

Curiosamente, a gestão da UFMA, representada pelo pró-reitor Marcos Moura e pelo reitor Fernando Carvalho, vem dando uma verdadeira aula de desgoverno, ineficiência e falta de planejamento e gestão financeira — com exceção, é claro, da distribuição de bolsas milionárias entre seus aliados. Enquanto isso, os demais segmentos e a estrutura da universidade padecem!

Em tempos: Na próxima semana, vamos detalhar como um servidor técnico tornou-se professor da universidade após uma verdadeira maratona do atual reitor, que chegou a ir na UEMA fazer um concursado desistir da vaga na UFMA para favorecer o seu " protegido".

Além disso, mais uma vez colocaremos à disposição da comunidade todos os trâmites referentes à chamada “superbolsa” de R$ 8 mil concedida à ex-assessora que viajou a Paris, acompanhada do marido, utilizando recursos da Fundação.

Já estamos de posse da liberação oficial da Reitoria. Agora, aguardemos a atuação do MPF!

Em tempos 2: Ainda é sombrio o cenário de supercentralização dos contratos de terceirizados no gabinete da Reitoria! Estamos averiguando denúncias de possíveis benefícios pessoais a deputados federais, práticas de nepotismo cruzado, envolvimento de membros da gestão e até mesmo a existência de comissões extracontatuais. Mas, por enquanto, são apenas “especulações”...

07 outubro 2025

Justiça barra plano de Braide que cobraria duas passagens de moradores da Grande Ilha

Uma tentativa da Prefeitura de São Luís de alterar as regras de integração do transporte público metropolitano foi barrada pela Justiça nesta semana. O juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, determinou a suspensão de duas portarias da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) que, na prática, inviabilizariam a integração tarifária para moradores de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.

Se as medidas tivessem sido implementadas, os passageiros desses três municípios, que utilizam o Terminal de Integração Cohab/Cohatrac, seriam obrigados a pagar duas passagens para completar seus deslocamentos até a capital. Além disso, passariam a usar um cartão de transporte diferente do sistema atualmente integrado, o que geraria confusão, aumento de custos e transtornos à mobilidade urbana da Região Metropolitana de São Luís.

A proposta do prefeito Eduardo Braide (PSD) envolvia a criação de um novo modelo de gestão do sistema urbano, por meio do chamado “Consórcio Operacional”, que assumiria a arrecadação das tarifas. Segundo especialistas e lideranças do setor de mobilidade, essa mudança traria impactos negativos imediatos, com o risco de colapso no sistema de integração hoje administrado pelo Sindicato das Empresas de Transporte (SET).

Atualmente, o sistema funciona de maneira integrada entre os municípios da Grande Ilha, permitindo que os passageiros utilizem uma única passagem e um mesmo cartão para se deslocar entre São Luís, Ribamar, Paço e Raposa. A tentativa de segmentar o sistema urbano e semiurbano geraria uma ruptura nessa estrutura, penalizando os usuários que dependem diariamente do transporte coletivo.

Decisão judicial evita prejuízos à população

A decisão do juiz Douglas de Melo Martins destacou a necessidade de debate público e aprofundado sobre o tema antes da implementação de qualquer mudança estrutural. A medida liminar garante, por ora, a manutenção do sistema de integração como está, e impede que a Prefeitura siga com a nova política sem a devida discussão com os entes envolvidos e com a população.

> “É preciso garantir a participação democrática na reformulação de políticas públicas que impactam diretamente a vida dos cidadãos, especialmente os que mais dependem do transporte coletivo”, afirma a decisão.

A suspensão das portarias é vista por usuários e especialistas como uma vitória dos direitos coletivos e da mobilidade urbana metropolitana. Organizações da sociedade civil e representantes dos municípios afetados defendem que qualquer alteração no sistema deve envolver os quatro municípios e ser planejada de forma regionalizada.

Até o fechamento desta edição, a Prefeitura de São Luís e a SMTT não haviam se manifestado publicamente sobre a decisão judicial. O prefeito Eduardo Braide também não comentou se pretende recorrer ou rever a proposta de criação do consórcio.

Enquanto isso, os passageiros de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa seguem utilizando o sistema integrado normalmente, com acesso garantido aos terminais da capital, sem custos adicionais.

Agrediu, invadiu e foi preso: policial civil do governo Brandão é flagrado em ataque à ex-namorada


Bater no peito e se apresentar como exemplo de honestidade e fidelidade tem sido um discurso recorrente entre bolsonaristas. No Maranhão, o policial civil Klinger de Moura Lima Filho, lotado na Secretaria de Segurança Pública (SSP), mostrou na prática o que chama de “defesa da família”. Na noite deste domingo (5), ele invadiu a casa da ex-namorada e a agrediu fisicamente, no bairro Forquilha, em São Luís. De acordo com o boletim de ocorrência, o policial estava embriagado no momento do crime.


A vítima, Karliane Ferreira Câmara, estava em casa acompanhada do atual namorado, o policial militar Wênio de Amorim Rosa Souza, que reagiu para impedir que Klinger continuasse as agressões. O caso ocorreu por volta das 23h30 e foi registrado pela Polícia Militar.

Após a confusão, os envolvidos foram encaminhados à Casa da Mulher Brasileira, onde o flagrante foi lavrado. Klinger de Moura Lima Filho deve responder pelos crimes de injúria, violação de domicílio e violência doméstica contra a mulher. O “bolsonarista defensor da moral e da família” agora responderá por violência justamente contra quem ele dizia proteger.

Histórico da ocorrência

Por volta das 23h30, a viatura 24-421 foi acionada via CIOPS para atender a uma ocorrência no endereço informado. Ao chegar ao local, os policiais encontraram a seguinte situação: o soldado PM Wênio, namorado de Karliane Ferreira, relatou que ambos estavam no quarto da residência quando o policial civil Klinger, ex-namorado da vítima, conseguiu entrar no condomínio e invadir o apartamento.

Visivelmente embriagado, Klinger iniciou as agressões contra Karliane. O policial militar tentou intervir para defender a companheira, momento em que também foi agredido, dando início a uma luta corporal. O resultado foi hematomas no supercílio e no olho do policial civil, além de lesões leves no militar.

O soldado Wênio acionou imediatamente o 190, e uma equipe da PM chegou ao local. A vítima se encontrava abalada emocionalmente, enquanto o agressor estava sujo de sangue. O CPU foi chamado para dar apoio e, após avaliação da ocorrência, todos os envolvidos foram conduzidos à Casa da Mulher Brasileira, onde a autoridade policial lavrou o flagrante delito.

Fonte: Maranhão de Verdade 

04 outubro 2025

O fim do "Reino" no CEAD/UFPI: entenda o que está por trás do discurso de perseguição

A poeira das eleições de 2024 para escolha da reitora da Universidade Federal do Piauí (UFPI) pode ter baixado nas urnas, mas os ecos das disputas ainda reverberam intensamente nos corredores da instituição, especialmente entre o grupo ligado à candidata derrotada, a agora ex-diretora do Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD). Os primeiros meses de 2025 marcaram o início de uma série de mudanças profundas promovidas pela atual reitora, desmantelando o que muitos consideravam um verdadeiro "reino à parte" dentro da UFPI.

As mudanças que mexeram no vespeiro

As alterações mais significativas ocorreram na coordenação de dois programas importantes: a Universidade Aberta do Brasil (UAB) e o Programa Institucional de Fomento e Indução da Inovação da Formação Inicial e Continuada de Professores e Diretores Escolares (PRILEI). Ambos eram anteriormente coordenados pela ex-diretora do CEAD. Bastou a substituição nessas coordenações para que a indignação tomasse conta das redes sociais do grupo ligado à ex-gestora. O motivo? O corte de bolsas de figuras que foram e ainda são estratégicas para as ambições da ex-diretora.

Era desses programas, afirmam fontes, que saía o pagamento de bolsas que nutriam a motivação e o apoio de muitos docentes à então candidata à reitoria em 2024. Não é segredo que, durante o processo eleitoral, fenômenos curiosos chamaram a atenção, como a majoração de bolsas que passaram de um valor de R$ 3000,00 para R$ 6000,00. Essas bolsas tinham como titulares lideranças influentes ligadas à candidata derrotada. Convenhamos, R$ 6000,00 fazem uma diferença enorme no orçamento mensal de qualquer pessoa. São R$ 72000,00 a menos na conta ao final de um ano.

Onda de ataques e o discurso da perseguição

Essas mudanças financeiras foram o estopim para uma onda de ataques à atual administração da universidade. Curiosamente, esses ataques foram publicizados tanto por meio de perfis anônimos em redes sociais quanto nas contas pessoais dos próprios bolsistas.

É fundamental esclarecer que os dois programas que tiveram suas coordenações substituídas são programas institucionais. Isso significa que a nomeação dos titulares é de livre escolha da reitoria. A atual reitora, portanto, não precisa de permissão de A, B ou C para designar coordenadores, bastando que a pessoa possua competência e goze da confiança da administração superior.

Vale lembrar que a ex-diretora do CEAD gozou de todos os privilégios ao longo de sua gestão. Afinal, o reitor da época era seu padrinho político, e o pró-reitor de planejamento e orçamento, ninguém menos que seu marido. Estava assim formado um ciclo de poder onde diversos atos administrativos envolvendo recursos foram aprovados a toque de caixa, muitas vezes sem a devida transparência ou questionamento.

Oposição legítima vs. discurso de ódio

A oposição a qualquer grupo político é legítima, desde que seja qualificada e não se esconda atrás de perfis anônimos para propagar o discurso de ódio e a falácia de uma suposta perseguição por parte da administração superior. No fundo, o que se observa é a desconstrução e o desmantelamento de uma estrutura que se configurava como uma "universidade paralela" dentro da UFPI.

Esta "universidade à parte" contava com sua própria infraestrutura de comunicação, tecnologia da informação, ensino de graduação, ensino de pós-graduação e um complexo esquema administrativo-financeiro, onde, pagamentos de bolsas pertencentes a um programa eram feitos com recursos de outro. A prova dessa estrutura paralela é a emissão de inúmeros atos administrativos e portarias pela ex-diretora sem que houvesse a devida competência para tal.

A perda de palanques e o peso no bolso

Somado a tudo isso, a ex-diretora e ex-candidata à reitoria perdeu seu último "palanque". Ela não é mais a diretora do CEAD, eleição na qual, mesmo tentando, não obteve autorização para concorrer sequer como vice-diretora. Consequentemente, perdeu também seu assento no Conselho Universitário.

Mesmo assim, seus "cães de briga" continuam ativos, latindo fortemente e propagando o discurso de ódio e desinformação. Por trás da narrativa de perseguição, há um componente principal extremamente importante que tem pesado no bolso dos apoiadores da candidata: o aspecto financeiro. Bolsas sem critérios claros de escolha eram pagas a centenas de beneficiários, muitos dos quais já contavam com essa bolsa como parte integrante de seus salários. Agora, diante da fonte secando, o desespero se instala.