21 novembro 2025

Greve geral do transporte pode atingir São Luís após atrasos e quebra de acordo judicial

O sistema de transporte público de São Luís pode enfrentar uma nova paralisação nos próximos dias. O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão (STTR-MA) notificou oficialmente as empresas do setor após o não pagamento do adiantamento salarial do mês de novembro, que deveria ter sido efetuado no dia 20. Segundo a entidade, nenhuma empresa realizou o depósito.

A situação se agrava devido ao atraso anterior, ocorrido em outubro, quando o pagamento também não foi efetuado dentro do prazo. De acordo com o sindicato, se as remunerações não forem regularizadas em até 72 horas, será decretada greve geral, afetando todo o serviço de ônibus na capital.


O impasse estaria diretamente ligado ao não repasse do subsídio municipal às empresas de transporte. O último pagamento feito pela Prefeitura de São Luís ao Sindicato das Empresas de Transporte (SET) ocorreu em 10 de outubro de 2025 e era referente ao mês de setembro.

O repasse faz parte de um acordo firmado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), com a participação da gestão municipal. Entretanto, segundo o sindicato, a administração do prefeito Eduardo Braide vem descumprindo os prazos nos meses subsequentes.

Além do atraso no pagamento de novembro, em 30 de novembro vence o prazo para o depósito da primeira parcela do 13º salário dos rodoviários. Se não houver regularização até essa data, os trabalhadores podem acumular dois meses de pendências, agravando o risco de paralisação prolongada.

A possível greve deverá atingir motoristas, cobradores e demais funcionários, podendo comprometer a circulação de ônibus em toda a cidade e afetar diretamente a rotina de milhares de usuários do transporte coletivo.

Com a notificação enviada às empresas e consórcios e o ultimato de 72 horas, os rodoviários aguardam uma solução rápida. Caso contrário, São Luís poderá enfrentar novamente uma crise no transporte, marcada por atrasos, lotações, redução de frota e longas filas nos terminais.

A prefeitura ainda não se pronunciou oficialmente sobre a denúncia de descumprimento do acordo judicial nem sobre o possível atraso do subsídio. Enquanto isso, a cidade vive a expectativa de mais um capítulo de instabilidade em um dos serviços públicos mais essenciais à população.

Com informações Observatório da Blogosfera 

18 novembro 2025

Crise no transporte expõe abandono das propostas de Álvaro Pires para modernizar sistema da capital

SÃO LUÍS – Em meio à quinta paralisação do transporte coletivo em menos de cinco anos, um documento produzido ainda em 2022 voltou ao centro do debate sobre a mobilidade urbana da capital maranhense. Trata-se do relatório final da CPI do Transporte Coletivo, elaborado pelo então vereador e relator da comissão, Álvaro Pires (PSD). O material, entregue à Prefeitura de São Luís, ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, continha um conjunto de medidas consideradas fundamentais para reverter anos de colapso no sistema — mas acabou arquivado sem avanços concretos.

À época, Pires defendia que o relatório não deveria ser apenas uma peça investigativa, mas um guia técnico para reorganizar o transporte público da capital. Hoje, diante de mais um movimento grevista, o ex-parlamentar afirma que o desmonte do sistema é consequência direta da falta de ação do Executivo sobre as recomendações da CPI.

Entre as propostas apresentadas, a implantação de faixas exclusivas para ônibus figurava como uma das ações mais estratégicas. A medida — amplamente usada em grandes centros urbanos — permitiria reduzir o tempo de viagem, aumentar a pontualidade e ampliar a eficiência das linhas.

O relatório indicava a necessidade de implantação imediata desses corredores prioritários em avenidas como Guajajaras, Jerônimo de Albuquerque, Daniel de La Touche e dos Franceses. Estudos anexados ao documento apontavam que o tempo de percurso poderia cair até 40% nesses trechos, beneficiando milhares de usuários diariamente.

“As faixas exclusivas representam a devolução do tempo ao cidadão que depende do ônibus para trabalhar, estudar e viver a cidade. Nosso objetivo sempre foi propor soluções reais”, declarou Álvaro Pires à época da entrega do relatório.

Instaurada para apurar irregularidades e fragilidades do sistema, a CPI do Transporte ganhou protagonismo ao promover audiências públicas, diligências e análises técnicas. Para especialistas em mobilidade que participaram das discussões, o relatório simbolizou um marco no debate sobre trânsito e transporte em São Luís.

“O relatório trouxe transparência a um setor historicamente nebuloso. Era a base para uma política de mobilidade mais justa e eficiente”, avaliou um dos técnicos que acompanharam os trabalhos da comissão.

A CPI também tratou de temas estruturantes, como qualidade da frota, formação profissional de motoristas, tarifa, integração modal e necessidade de atualização da licitação do transporte coletivo.

Apesar das mais de duas dezenas de recomendações apresentadas, nenhuma das propostas foi acatada. Para Álvaro Pires, o descaso com o relatório foi determinante para o agravamento da situação atual.

“Espero até hoje que as inúmeras propostas entregues à Prefeitura sejam implementadas. O descarte total do relatório evidenciou o fracasso da gestão do sistema de transporte público da capital”, criticou o ex-relator.

Hoje, com ônibus parados, linhas reduzidas e usuários desassistidos, o documento volta à tona como um alerta não atendido — uma oportunidade desperdiçada de modernizar o transporte público e evitar a repetição de crises.

Para além das medidas estruturantes, a CPI buscou recolocar a mobilidade urbana no centro das discussões sobre desenvolvimento e justiça social. Pires afirma que o debate precisa ser retomado com seriedade e compromisso, sob risco de São Luís permanecer refém de um modelo de transporte falido.

“Transporte é um direito fundamental. As soluções estão postas desde o relatório, basta vontade política para implementá-las”, concluiu.

Enquanto isso, a população segue enfrentando atrasos, superlotação e a instabilidade crônica de um sistema que, segundo especialistas, poderia ter sido redesenhado se as recomendações tivessem sido adotadas a tempo.

Comunidade da Ilhinha ganha escolinha de futebol com kits completos e foco em inclusão social

A comunidade da Ilhinha, na região do São Francisco, em São Luís, ganhou um novo equipamento dedicado ao desenvolvimento esportivo e social de crianças e adolescentes. A vereadora Clara Gomes (PSD), ao lado do deputado estadual Osmar Filho (PDT), inaugurou na última sexta-feira (14) a Escolinha Beira Rio, que funcionará no estádio homônimo recém-revitalizado.

O projeto inicia suas atividades com 300 jovens inscritos, que receberam kits esportivos completos — uniforme, chuteira e meião — assegurando que todos comecem em condições igualitárias de treino. Para Clara Gomes, a iniciativa ultrapassa o incentivo ao esporte e se consolida como um espaço de orientação, acolhimento e proteção.

“Acreditamos no poder do desporto para transformar vidas, revelar talentos e formar caráter”, destacou a vereadora, reafirmando o compromisso com políticas voltadas à juventude.

A cerimônia também contou com a participação do ex-jogador Márcio Araújo, revelado na própria região, que celebrou o impacto da proposta. “Cresci neste bairro e o esporte mudou minha vida. Apoiar uma escolinha como essa é oferecer oportunidades reais às nossas crianças”, disse o ex-atleta do Flamengo.

A Escolinha Beira Rio é financiada por uma emenda parlamentar de Clara Gomes, com apoio do deputado Osmar Filho, da Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Esportes, e do Instituto Comunitário Vovô Maciel. Para Osmar, o projeto representa a concretização de um sonho compartilhado pelo casal.

“É uma entrega importante para a comunidade e um investimento direto no futuro dos nossos jovens”, afirmou.

Com a abertura da escolinha, a Ilhinha passa a contar com um novo espaço de convivência, formação esportiva e fortalecimento comunitário — uma iniciativa que pretende unir disciplina, inclusão e oportunidades para que novos talentos possam surgir dentro e fora dos campos.

17 novembro 2025

Felipe Camarão intensifica agenda no interior e reforça diálogo com eleitores maranhenses

O vice-governador do Maranhão e pré-candidato ao governo estadual pelo PT, Felipe Camarão, ampliou significativamente sua presença no interior do estado nos últimos dias. Em uma maratona política que se estendeu de quinta-feira (13) a sábado (15), o petista percorreu quatro municípios — Humberto de Campos, Primeira Cruz, Barreirinhas e Pedreiras — para apresentar propostas e ouvir demandas locais por meio do projeto “Diálogos pelo Maranhão”.

A iniciativa, que tem se tornado a principal estratégia de aproximação de Camarão com o eleitorado, busca reunir moradores, lideranças políticas e movimentos sociais em conversas abertas sobre os desafios e potencialidades de cada região.

Durante os encontros, o pré-candidato reforçou que a escuta ativa tem sido central na construção de seu plano de governo.

“É impossível governar um estado sem conhecê-lo, sem percorrê-lo e sem ouvir as pessoas. Cada diálogo me ajuda a planejar ações concretas para transformar o Maranhão”, afirmou.

Os eventos contam com a participação de parlamentares, prefeitos, lideranças comunitárias e dirigentes partidários do PT, PCdoB e PSB, siglas que já oficializaram apoio à pré-candidatura de Camarão. A presença de aliados reforça a intenção de consolidar uma frente ampla em torno do nome do vice-governador.

A expectativa é que a agenda seja intensificada ao longo das próximas semanas. Segundo a coordenação da pré-campanha, a meta é visitar todos os municípios maranhenses até dezembro, ampliando o alcance do projeto e fortalecendo a conexão direta com eleitores de todas as regiões.

Com ritmo acelerado e apoio crescente, Felipe Camarão aposta no corpo a corpo como principal diferencial de sua pré-candidatura, buscando consolidar sua posição no cenário eleitoral de 2026.

Crise no transporte público de São Luís se agrava após falta de repasse de subsídio municipal

O sistema de transporte coletivo da capital maranhense enfrenta mais um capítulo de instabilidade após a suspensão do repasse de subsídios por parte da Prefeitura de São Luís. O atraso, estimado em cerca de R$ 7 milhões, provocou uma paralisação de trabalhadores e deixou milhares de usuários sem alternativas de deslocamento.

Na última sexta-feira (14), funcionários da empresa 1001 realizaram uma manifestação em frente à sede da companhia, no bairro Forquilha. O protesto — motivado por salários e direitos trabalhistas atrasados — resultou na interrupção das atividades e expôs ainda mais a fragilidade do sistema. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte (SET), o subsídio é fundamental para garantir o pagamento dos trabalhadores, conforme definido em acordo firmado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) desde 2022.

Além disso, o Município estaria descumprindo uma decisão da Vara de Interesses Difusos, relacionada ao financiamento e manutenção do serviço.

O prefeito Eduardo Braide confirmou, por meio de suas redes sociais, que o repasse ainda não foi efetuado. Segundo ele, o pagamento só será realizado após o retorno completo das frotas às ruas — condição que gerou críticas tanto de trabalhadores quanto de usuários.

Com a paralisação, cerca de 15 bairros registraram dificuldades severas de deslocamento, obrigando moradores a recorrerem a transportes alternativos e mais caros. Entre as áreas afetadas estão:

Ribeira

Vila Kiola

Vila Itamar

Tibiri

Cohatrac

Parque Jair

Parque Vitória

Alto do Turu

Vila Lobão

Vila Isabel Cafeteira

Vila Esperança

Pedra Caída

Recanto Verde

Forquilha

Ipem Turu


Usuários relataram atrasos, gastos extras e sensação de abandono. Para muitos, a crise coloca em risco o acesso ao trabalho, à escola e a serviços essenciais, intensificando a indignação da população.

“Dependemos do ônibus todos os dias. Quando o serviço para desse jeito, é como se a cidade parasse junto”, relatou uma moradora da região do Turu.

Enquanto o SET cobra o cumprimento dos repasses e os trabalhadores exigem garantias salariais, a Prefeitura mantém a posição de só liberar os valores após a normalização da operação. O impasse prolonga a instabilidade e deixa a população como principal vítima.

A crise reacende o debate sobre a sustentabilidade do modelo de financiamento do transporte público em São Luís e a necessidade de alternativas que garantam previsibilidade ao sistema.