Meu Torrão
18 junho 2025
Comerciantes que atuarão no Arraial da Assembleia recebem treinamento de combate a incêndio
Geraldo Castro manobra ilegalmente para continuar presidindo o Conselho Estadual de Educação
O clima esquentou nos bastidores do Conselho Estadual de Educação (CEE) do Maranhão. Envolvido em uma manobra considerada arriscada e, possivelmente, ilegal, o ex-presidente do órgão, Geraldo Castro, tenta se manter no cargo, mesmo após o término oficial de seu mandato.
Geraldo, que é filiado ao PCdoB e figura conhecida no meio político — atualmente ocupando cargo no gabinete do deputado federal Márcio Jerry —, teve seu mandato como conselheiro encerrado no dia 5 de maio. A regra é clara: ao perder o mandato de conselheiro, perde-se automaticamente qualquer cargo na mesa diretora, incluindo a presidência do Conselho.
Contudo, em vez de convocar uma nova eleição, como determina o regimento, Geraldo optou por uma saída controversa: prorrogou seu próprio mandato como presidente, mesmo já tendo encerrado o ciclo como conselheiro. O movimento gerou forte reação interna e já está sendo questionado juridicamente.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma), que possui assento no Conselho, solicitou parecer jurídico sobre a manobra. Fontes ouvidas apontam que a assessoria jurídica já considera a medida ilegal. Ainda assim, com apoio da maioria dos conselheiros, Geraldo conseguiu validar temporariamente sua permanência no cargo, embora duas conselheiras tenham votado contra a decisão.
A situação escancara não só uma crise institucional no CEE, mas também reflete as tensões políticas que antecedem a disputa pela sucessão estadual. Nos bastidores, comenta-se que a permanência de Geraldo na presidência poderia estar alinhada a interesses de grupos políticos específicos, especialmente ligados ao deputado Márcio Jerry, aliado do ministro Flávio Dino.
Outro fator que chama atenção é a relação pessoal e política de Geraldo. Ele é casado com a juíza Larissa Tupinambá, que, curiosamente, foi quem celebrou o casamento de Flávio Dino — cerimônia da qual o governador Carlos Brandão, atual chefe do Executivo estadual e responsável pelas nomeações do Conselho, não foi convidado.
Apesar da renomeação de Geraldo como conselheiro — o que, em tese, é um ato administrativo regular —, o cerne da polêmica está na tentativa de manter-se na presidência sem a devida realização de nova eleição, conforme prevê o regimento interno do Conselho.
A crise, agora, se encaminha para um embate jurídico. Se a manobra for considerada ilegal, além de perder a presidência, Geraldo Castro poderá enfrentar questionamentos que afetem sua própria posição como conselheiro.
Enquanto isso, o Conselho Estadual de Educação, responsável por zelar pela qualidade e legalidade das políticas educacionais no Maranhão, fica em meio a uma disputa que mistura interesses políticos, vaidades pessoais e questões legais — tudo isso sob o olhar atento da sociedade, da comunidade educacional e do governo estadual.
Governador Carlos Brandão e Marcus Brandão, atenção!
É prudente observar atentamente o que está acontecendo ao redor. Há sinais claros de que uma crise está prestes a eclodir. Informações sensíveis estão sendo vazadas, e talvez a origem esteja mais próxima do que imaginam.
Recomendo que olhem com muita cautela para os conselheiros da área da educação e analisem atentamente seus vínculos e alinhamentos políticos.
Considerem-se devidamente alertados.
Câmara de São Luís discute criação de pontos de apoio para profissionais da mobilidade urbana
Em uma iniciativa voltada para garantir melhores condições de trabalho e dignidade para profissionais da mobilidade urbana, o presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB), apresentou o Projeto de Lei nº 0086/2025, que prevê a criação de Pontos de Apoio para taxistas, motoboys e motoristas de transporte por aplicativo na capital maranhense.
De acordo com a proposta, os pontos deverão oferecer uma estrutura completa com estacionamento, banheiros, chuveiros, vestiários, área de descanso equipada com Wi-Fi, pontos de recarga para celulares, espaço para refeições e sistema de segurança por câmeras. A venda e o consumo de bebidas alcoólicas nesses locais serão proibidos.
O projeto estabelece que a responsabilidade pela construção, manutenção e operação dos pontos será das próprias empresas de aplicativos, que terão um prazo de seis meses após a sanção da lei para colocar as estruturas em funcionamento.
> “Esses profissionais trabalham em jornadas exaustivas, muitas vezes sem qualquer suporte básico. É comum vermos motoboys se abrigando debaixo de marquises ou motoristas estacionados em locais perigosos pela falta de uma estrutura adequada. Isso não pode ser normalizado”, destacou Paulo Victor.
O vereador também chamou atenção para os impactos da “uberização” do trabalho, que, segundo ele, tem acentuado a precarização das condições de quem depende do transporte por aplicativo e das entregas para sobreviver.
> “A informalidade cresce, e quem paga o preço são os trabalhadores, que não têm acesso a direitos básicos, segurança ou garantias. O poder público precisa agir para oferecer condições mínimas de dignidade e segurança”, completou.
O projeto agora segue para análise nas comissões técnicas da Câmara Municipal, onde será discutido antes de ir à votação em plenário.
Caso seja aprovado, São Luís poderá se tornar uma das primeiras capitais do Nordeste a contar com uma rede estruturada de apoio físico para trabalhadores da economia de aplicativos, taxistas e entregadores.
17 junho 2025
Ações do Governo Brandão movimentam a Assembleia e recebem elogios até da oposição
As ações e investimentos do governo Carlos Brandão (PSB) ganharam grande repercussão na sessão desta terça-feira (17) da Assembleia Legislativa do Maranhão. Deputados de diferentes partidos, incluindo membros da base e até da oposição, destacaram as recentes obras, programas sociais e medidas econômicas implementadas em diversas regiões do estado.
O deputado Guilherme Paz (PRD) ressaltou as entregas feitas no município de São João dos Patos, como poços artesianos, uma nova ambulância e a inauguração do Santuário de São Francisco, uma obra localizada no ponto mais alto da cidade. Segundo ele, “por onde a gente anda, vê o governador Carlos Brandão anunciando obras importantes”.
Reajuste na segurança pública é destaque
A deputada Ana do Gás (PCdoB) chamou a atenção para o anúncio do reajuste salarial para todos os níveis da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Maranhão, incluindo aposentados e pensionistas. Ela destacou que a medida representa “respeito e valorização” para quem garante a segurança dos maranhenses.
Além disso, ela elogiou a entrega de 2 mil cartões universitários, no valor de R$ 800,00 cada, que ajudam estudantes de baixa renda a custear despesas com transporte e alimentação. “Mais de 30 mil estudantes já foram beneficiados com o programa”, pontuou.
Oposição também reconhece avanços
Apesar de ser um dos parlamentares da oposição, o deputado Wellington do Curso (Novo) fez questão de reconhecer o acerto do governo na nomeação de todos os aprovados nos concursos da Polícia Militar e Polícia Civil, além de parabenizar o reajuste salarial concedido aos servidores da segurança pública. “É uma luta antiga que finalmente se concretiza”, afirmou.
Transporte gratuito no feriado
A deputada Helena Duailibe (PP) comemorou a decisão do governo de disponibilizar catraca livre no transporte semiurbano da Grande São Luís, das 5h à meia-noite, no feriado de Corpus Christi, dia 19 de junho. A medida, segundo ela, deve facilitar a mobilidade de milhares de fiéis que participarão da celebração religiosa.
Cultura e economia fortalecidas pelo São João
O deputado Adelmo Soares (PSB) destacou que os investimentos nas festividades juninas estão movimentando a economia local. “O Arraial do Ipem estava cheio, com comércio aquecido e as famílias felizes. Isso gera renda e valoriza nossa cultura”, frisou.
Na mesma linha, o deputado Neto Evangelista (União), líder do governo na Assembleia, ressaltou que, após 12 anos sem reajustes, os cachês dos grupos culturais foram finalmente aumentados. “De R$ 7 mil para R$ 9 mil. É respeito com quem faz a cultura maranhense acontecer”, destacou.
Evangelista também enfatizou que o governo estadual não está gastando com artistas nacionais, pois essas atrações são bancadas pela iniciativa privada, preservando os recursos públicos para fortalecer a cultura local.
Resumo dos principais anúncios destacados pelos deputados:
Reajuste salarial para PMs, Bombeiros, aposentados e pensionistas.
Nomeação dos aprovados nos concursos da Polícia Militar e Polícia Civil.
Entrega de obras em São João dos Patos, incluindo poços artesianos e ambulância.
Catraca livre no transporte semiurbano no dia 19 de junho (Corpus Christi).
Aumento dos cachês para grupos culturais após 12 anos sem reajuste.
Entrega de 2 mil cartões universitários, somando mais de 30 mil estudantes beneficiados.
A sessão da Assembleia deixou evidente que, mesmo em meio às disputas políticas, há consenso entre os parlamentares sobre a importância dos avanços em setores como segurança, educação, cultura e desenvolvimento regional.
Brilho na avaliação, esgoto na realidade: UFMA celebra nota 5 enquanto ignora abandono estrutural
Maio foi um mês de conquistas para a Universidade Federal do Maranhão – mas também de denúncias. O curso de Pedagogia da UFMA conquistou a nota máxima (5) na última avaliação do Ministério da Educação (MEC), atestando a qualidade do seu projeto pedagógico, da atuação docente e do engajamento estudantil. No entanto, enquanto a administração superior da Universidade se apressa para transformar essa conquista em propaganda institucional, professores, estudantes e técnicos denunciam: essa vitória não é da reitoria de Fernando Carvalho, mas sim da resistência de um curso que sobrevive ao completo abandono.
O brilho da propaganda não apaga o cheiro de esgoto
A nota 5 em Pedagogia foi imediatamente publicada com alarde nas redes da UFMA como “prova do avanço da gestão de Fernando Carvalho”. Mas basta caminhar pelos corredores do Centro de Ciências Sociais (CCSO), onde funciona o curso, para perceber que o discurso não encontra respaldo na realidade.
No prédio do CCSO, faltam condições mínimas de infraestrutura: bebedouros quebrados, banheiros com vasos e mictórios entupidos, torneiras sem funcionar. E as salas de aula – sobretudo nos corredores onde funcionam as turmas de Pedagogia – sofrem com ar-condicionado quebrado, o que torna o ambiente quase insuportável para qualquer processo de ensino-aprendizagem, especialmente sob o calor característico da ilha de São Luís.
É esse o cenário no qual estudantes e professores da Pedagogia têm que produzir ciência, fazer extensão, formar novos educadores e resistir. E, apesar de tudo isso, o curso brilha e alcança nota 5 no MEC. Não por causa da reitoria, mas apesar dela.
Onde está o reitor quando a universidade precisa?
Fernando Carvalho tem se mostrado um mestre na arte da autopromoção, mas completamente omisso quando o assunto é garantir condições dignas para os cursos de licenciatura. O caso de Pedagogia é um dos mais graves: há um déficit alarmante de professores, e os alunos já perderam vários semestres letivos por simplesmente não haver docentes para ministrar disciplinas obrigatórias.
A situação se agravou com a extinção dos departamentos acadêmicos, uma manobra articulada pelo próprio reitor no Conselho Universitário (CONSUN), sob o pretexto de “modernização”. Na prática, o que se viu foi um aumento absurdo da sobrecarga sobre as coordenações de curso, que agora acumulam funções administrativas, pedagógicas e gerenciais sem qualquer reforço técnico ou humano. É o caso da coordenação de Pedagogia, que hoje funciona com escassos recursos e muito esforço.
Um 20 de maio sem o que comemorar
O Dia do Pedagogo, comemorado em 20 de maio, passou em branco na UFMA. E não por falta de mobilização dos estudantes, mas pela total indiferença da administração superior. Em vez de celebrar os profissionais que formam todos os outros profissionais, o reitor Fernando Carvalho ignorou a data e continuou seu périplo de aparições públicas e anúncios de marketing esvaziado de conteúdo.
Enquanto isso, os estudantes seguem na luta – organizando grupos de pesquisa, participando de eventos, submetendo artigos, promovendo o debate crítico sobre a educação. Isso é feito com zero apoio institucional. Faltam data-shows, falta internet decente nas salas, faltam materiais básicos para a realização de aulas. Mas não falta resistência.
O escárnio da PROAES
E se o abandono do curso já é revoltante, a postura da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PROAES), comandada por Danilo Lopes, chega a ser um escárnio. No dia 23 de maio, o Centro Acadêmico de Pedagogia participou de uma reunião com a PROAES para garantir o apoio à participação dos estudantes no 26º Fórum Nacional de Entidades de Pedagogia (FoNEPe) – evento nacional importantíssimo para a formação crítica e política das futuras(os) educadoras(es), com o tema: “Em defesa do ensino público, gratuito e a serviço do povo: contra os cortes e a privatização da educação!”
A resposta da PROAES? Um micro-ônibus de 28 lugares para levar representantes dos cursos de Pedagogia, Letras e outras licenciaturas. E pasmem: nem mesmo as diárias do motorista foram cobertas pela UFMA. Os estudantes, já precarizados, tiveram que correr atrás de recursos por conta própria.
Enquanto isso, para eventos de organizações ligadas a partidos como PDT, PCdoB e PT – de onde saíram vários aliados do reitor – a mesma PROAES e o mesmo reitor conseguiram ônibus double deck, com ar-condicionado, hotel e alimentação pagos, mesmo que esses congressos não tivessem qualquer relevância acadêmica. Dois pesos, duas medidas. E um projeto de universidade profundamente elitista.
A resistência vem de baixo
A nota 5 da Pedagogia não é um troféu da Reitoria. Ela é um grito de resistência de uma comunidade acadêmica que insiste em formar educadores mesmo sem o básico. Ela é fruto do trabalho incansável de professores que acumulam turnos e funções. De estudantes que se organizam coletivamente, que enfrentam a precariedade, que reivindicam seus direitos.
A Reitoria de Fernando Carvalho e a PROAES de Danilo Lopes não têm nenhuma autoridade moral para se apropriar desse resultado. Eles foram reprovados – e com louvor – pela comunidade da Pedagogia.
Mais do que uma matéria, esta é uma denúncia. E um chamado à luta. Porque não basta uma nota 5 em avaliação institucional. Queremos nota 10 em compromisso com a educação pública, popular e de qualidade. E isso, decididamente, a gestão de Fernando Carvalho está muito longe de oferecer.
Fonte: A Capital Slz