Entre críticas e alianças: Eliziane Gama tenta reconstruir imagem no cenário nacional

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) tem buscado, nos últimos meses, reforçar sua aproximação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com setores progressistas do cenário político nacional. Contudo, essa guinada tem reacendido questionamentos sobre sua trajetória e antigas contradições em sua atuação parlamentar.

Nesta semana, Gama participou de um encontro político marcado pela presença de Lula e de lideranças nacionais. Foi a única mulher presente no evento, ocasião em que aproveitou para cobrar maior atenção à representação feminina no Congresso. A atitude foi lida por aliados como um gesto estratégico de fortalecimento de sua imagem junto ao governo federal.

Apesar da postura atual, críticos apontam que a carreira política de Eliziane Gama é marcada por mudanças de posicionamento que teriam afastado parte de sua base original de eleitores, sobretudo do segmento evangélico conservador. Embora eleita com forte apoio desse público, a senadora, ao longo dos anos, deixou de se alinhar a bandeiras que antes representava, sendo acusada de praticar um “estelionato eleitoral”.

Outro ponto frequentemente lembrado é o papel desempenhado pela parlamentar durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando votou pela cassação do mandato da petista. A decisão criou um desgaste profundo com setores do PT, partido com o qual agora busca proximidade. Para críticos, a tentativa de conciliar apoio de Lula e de segmentos evangélicos representa uma equação política quase impossível.

De olho nas eleições de 2026, Eliziane Gama tenta construir uma narrativa que una o respaldo do Palácio do Planalto com a confiança do eleitorado evangélico, mesmo sem histórico consistente de defesa das pautas dessa comunidade. A estratégia, vista por adversários como contraditória, é considerada de alto risco para a manutenção de sua influência no cenário político maranhense e nacional.

Ação de investigação eleitoral em Caxias terá audiência de instrução e julgamento este mês

CAXIAS (MA) – O juiz eleitoral Rogério Monteles da Costa, da 004ª Zona Eleitoral de Caxias, determinou a realização de audiência de instrução e julgamento em um processo que apura suposto abuso de poder econômico e político durante as eleições municipais.

No despacho, o magistrado destacou a necessidade de produção de prova oral para o completo esclarecimento dos fatos, atendendo ao pedido expresso das partes envolvidas, tanto do investigante quanto dos investigados. A audiência foi agendada para o dia 24 de setembro de 2025, às 9h, na sala de audiências da 1ª Vara Criminal da Comarca de Caxias, localizada no Fórum Des. Arthur Almada Lima, bairro Campo de Belém.

Durante a sessão, serão ouvidas as testemunhas indicadas pelas partes e aceitas pelo Juízo, observando-se o limite legal de até seis para cada lado, conforme previsto na Lei Complementar nº 64/90. Caberá às partes providenciar a intimação das testemunhas, podendo o Juízo fazê-lo caso haja requerimento justificado.

O magistrado também determinou a intimação das partes, por meio de seus advogados, bem como do Ministério Público Eleitoral, para comparecimento.

A decisão reforça o caráter instrutório da audiência, considerada essencial para a busca da verdade real e o devido julgamento das alegações apresentadas no processo.

Gestão de Fernando Carvalho na UFMA é acusada de usar modernização para ampliar controle interno

A chamada “modernização” aprovada recentemente na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) tem gerado fortes críticas dentro da comunidade acadêmica. O processo, segundo representantes internos, foi marcado por irregularidades, incluindo a participação de conselheiros que não teriam legitimidade para votar, como no caso dos representantes estudantis, apontados como indicados “a toque de caixa”.

De acordo com críticas levantadas, caso entidades como a Apruma (Associação dos Professores da UFMA) ou sindicatos da instituição decidam judicializar o processo, há risco de derrota jurídica para a reitoria, uma vez que a legalidade da aprovação seria questionável.

Apesar do discurso de que haveria avanços administrativos e acadêmicos, os opositores afirmam que a comunidade universitária não percebeu efeitos positivos concretos. Os principais problemas relatados são:

• Demora na implementação das mudanças, revelando falta de maturidade na condução da proposta;
• Persistência de entraves administrativos, como burocracia e atrasos processuais;
• Ausência de melhorias acadêmicas, com a manutenção dos mesmos desafios estruturais.

Na prática, avaliam críticos, “nada mudou”.

Um dos pontos mais polêmicos diz respeito às Funções Gratificadas (FGs). Antes vinculadas aos departamentos, agora estão sob gestão direta da Reitoria. Para opositores, essa alteração ampliou o poder do reitor Fernando Carvalho, que teria maior controle para distribuir cargos e gratificações de acordo com interesses políticos internos.

Segundo relatos, promessas feitas durante a aprovação – como a destinação das FGs para a pós-graduação – não foram cumpridas. Ao contrário, o redirecionamento das funções estaria sendo usado como instrumento de barganha em processos eleitorais internos da universidade.

Além das críticas à modernização, surgem também denúncias envolvendo o uso das fundações de apoio à UFMA. Há investigações em andamento no Ministério Público Federal (MPF) relacionadas à distribuição de bolsas e à suposta utilização político-administrativa desses recursos.

Caso confirmadas, as denúncias podem ampliar o desgaste da atual gestão e reforçar o sentimento de descontentamento entre servidores, professores e estudantes.

O cenário na UFMA, portanto, é de crescente tensão. Enquanto a gestão defende o processo como um passo em direção à modernização institucional, setores da comunidade acadêmica avaliam que as mudanças aprofundaram os problemas já existentes e abriram espaço para práticas consideradas políticas e centralizadoras.

Em tempos: Enquanto alguns aliados de Fernando fazem um “tour” pela Europa, outros se articulam com grupos interessados em depor o “rei”. Surge, de dentro do próprio grupo, uma candidatura que pode substituir o desgaste do atual gestor.

Em tempos 2: A articulação com um grupo de estudantes que elegeu o atual reitor parece que dará resultado nas eleições de centro e departamento que se aproximam. Caso isso se confirme, será um escárnio para a PROAES! Vale a pena conferir.

Em tempos 3: Ouvimos falar de um protesto e de possíveis imagens aéreas, feitas por drone, de um navio que está à deriva. Mas essa será uma matéria exclusiva, com apoio e informações do MEC. Enquanto isso, a Pró-Reitoria de Planejamento continua dormindo!

Com o tema “A esperança não decepciona”, fiéis celebram o 4º Encontrão do Povo de Deus

No último sábado (30), a quadra da Paróquia de Sant’Ana, no bairro Angelim, foi palco do 4º Encontrão do Povo de Deus, promovido pela Forania Nossa Senhora de Nazaré. O retiro forâneo reuniu cerca de 300 fiéis em uma tarde de oração, reflexão e partilha, com o tema “A esperança não decepciona”, inspirado na Carta aos Romanos.

O evento contou com a participação das seis paróquias que compõem a Forania: Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Cohab), Nossa Senhora da Conceição (Anil), Nossa Senhora do Rosário (João de Deus), Sant’Ana (Angelim), Santa Paulina (Residencial Pinheiros) e Santuário de Nazaré (Cohatrac). A programação foi organizada de forma conjunta por padres, lideranças paroquiais, grupos e movimentos pastorais.

O vigário forâneo, Frei Rodrigo Araújo, destacou a importância da iniciativa para fortalecer a caminhada pastoral:

> “O Encontrão é o momento em que todos os representantes das paróquias podem estar juntos em oração, convivência e reflexão. Foi uma experiência muito significativa e agradeço a todos que se dedicaram para a realização deste evento”.

O pároco da Paróquia de Sant’Ana, padre Lindomar Santos, ressaltou o papel da comunidade anfitriã ao acolher os fiéis no estudo das Cartas de Paulo, em especial durante o Mês da Bíblia:

> “Esse gesto fortalece a comunhão e permite uma leitura mais profunda das Escrituras. A unidade da Igreja se reflete na partilha da fé e no amor fraterno”.

Já o padre Flávio Collins, do Santuário de Nazaré, destacou que a edição deste ano, marcada pelo Jubileu, teve foco especial na Carta aos Romanos, seguindo a proposta da CNBB:

> “O encontro também servirá como instrumento de capacitação para que os agentes possam levar a mensagem do Evangelho às casas e comunidades”.

Entre os participantes, a coordenadora Verônica Melo, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição do Anil, afirmou que o retiro fortalece a vivência comunitária:

> “São momentos que nos motivam a melhorar nosso empenho nas comunidades e a seguir mais firmes na missão”.

A agente da Pascom da Paróquia Santa Paulina, Jaqueline Mouckerek, destacou a abertura do Mês da Bíblia como um momento especial:

> “Refletimos juntos a Carta de São Paulo aos Romanos, que nos inspira na fé e na esperança. Saio tocada e fortalecida por essa experiência de comunhão”.

A programação do encontro incluiu acolhida com entrada das imagens das padroeiras, reflexões bíblicas, dinâmicas, partilha de alimentos, celebração da Palavra e jantar de confraternização.

O Encontrão reforçou o sentimento de unidade e pertencimento entre as paróquias da Forania. Nos próximos dias, a agenda segue com o Jubileu da Juventude, de 4 a 6 de setembro, e a Assembleia Geral da Forania, no fim do ano, marcando o encerramento das atividades de 2025.

Presidente Paulo Victor propõe programa de ouvidorias nas escolas

A Câmara Municipal de São Luís iniciou a tramitação do Projeto de Lei nº 096/2025, de autoria do presidente da Casa, vereador Paulo Victor (PSB), que propõe a criação do Programa de Ouvidoria Escolar em instituições públicas e privadas da capital. A matéria foi encaminhada às comissões de Justiça e de Educação durante a sessão ordinária desta segunda-feira (1º).

A proposta prevê que todas as escolas disponibilizem um canal de comunicação seguro e sigiloso para que estudantes possam denunciar situações de violência ocorridas no ambiente escolar. As informações recebidas deverão ser tratadas de forma confidencial e encaminhadas aos órgãos competentes, com garantia de proteção à identidade do denunciante.

De acordo com o projeto, o canal de atendimento será acessível por meio de aplicativos de celular, com utilização de QR Code, facilitando o uso pelos alunos. As escolas também terão a responsabilidade de divulgar amplamente o funcionamento do programa, de modo a assegurar que todos os estudantes conheçam a ferramenta.

Na justificativa, o vereador Paulo Victor ressaltou que a iniciativa busca ampliar a segurança e a proteção integral nas instituições de ensino.

> “Com a implantação da ouvidoria, queremos oferecer aos estudantes um instrumento de confiança, que lhes permita denunciar situações de violência de maneira sigilosa e segura. Trata-se de um passo importante para garantir que nossas escolas sejam espaços de aprendizado e de proteção integral”, destacou.

O projeto segue agora em análise nas comissões temáticas da Câmara antes de ser levado para votação em plenário.